Coligação do PSDB pede e TSE suspende circulação da Revista do Brasil

A Revista do Brasil sofreu mais uma investida do PSDB. Por solicitação dos tucanos, o ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu, na madrugada de segunda-feira, dia 18, a suspensão de circulação da edição 52 da Revista do Brasil, de outubro.

A ação foi atendida em parte. Suspende também a circulação do Jornal da CUT, ano 3, nº 28, mas nega outros três pedidos.

Os advogados tucanos queriam silenciar o Blog do Artur Henrique (http://arturcut.wordpress.com /), presidente da CUT, a busca e apreensão do material mencionado e, ainda, que a questão tramitasse em segredo de Justiça. Ou seja, nenhuma informação sobre o processo poderia ser divulgada.

Em nota no site Rede Brasil Atual, a direção da revista afirma que o gesto demonstra que o PSDB “queria esconder da opinião pública a tentativa de censurar a revista” e de “indispor o Judiciário contra o direito às liberdades de imprensa e de expressão”.

E completa: “Diferentemente de panfletos apócrifos destinados a difundir terrorismo, desinformação e baixarias das mais diversas – sejam eles de papel, eletrônicos, digitais ou virtuais -, a Revista do Brasil tem endereço, CNPJ, núcleo editorial e profissionais responsáveis. Nem a transparência do veículo, ao expor sua opinião de forma tão clara quanto rara na imprensa brasileira, nem o jornalismo independente e plural que pratica – patrimônio dos trabalhadores aos quais se destina – merecem ser alvo de qualquer forma de cerceamento”.

Liberdade de expressão

A edição 52 da Revista do Brasil traz, à capa, uma foto da candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), e reportagem analisando as circunstâncias da disputa do segundo turno. Traz também matérias sobre como prática do assédio moral tem levado pessoas à depressão e em muitos casos ao desejo de morrer.

A edição ainda aborda o papel do Brasil na conferência de biodiversidade que acontece este mês no Japão; relatos emocionantes de brasileiros que sobreviveram às bombas de Hiroshima e Nagasaki; uma entrevista especial com o compositor Paulo César Pinheiro, entre outras pautas que são a marca do perfil editorial da revista.

Diante da decisão do TSE, os diretores responsáveis pela Revista do Brasil distribuíram nota à imprensa, onde explicam o projeto da publicação, rebatem as críticas dos setores conservadores da sociedade e defendem o mesmo direito à liberdade de expressão.

Nota sobre a Revista do Brasil

A Revista do Brasil é uma publicação mensal com tiragem de 360 mil exemplares, criada há quatro anos para levar à sociedade informação séria e de qualidade que não exclui os trabalhadores, um projeto de comunicação com conteúdo amplo e diferenciado.

Assim como todo o projeto Brasil Atual, a Revista do Brasil incomoda e sempre incomodou os setores mais conservadores da sociedade brasileira porque busca trabalhar com a informação que transforma. Nada da mesmice que se espalha pelas diversas capas de revistas, jornais e internet, que tratam as questões do mundo dos trabalhadores de forma excludente, com o ponto de vista apenas comercial.

A exemplo de tantos outros veículos existentes, a Revista do Brasil conta com anunciantes dos setores público e privado interessados nos leitores qualificados, trabalhadores que têm carteira assinada situados nas classes média e média alta. Os mesmos anúncios encontrados nas páginas da Revista do Brasil estão em páginas de outros veículos.

Apesar disso, nunca se viu reportagem similar à publicada pela Folha de S.Paulo desta terça-feira (19/10), que acusasse a Veja, Época, a própria Folha, o Estadão (este, inclusive, assumiu em editorial sua posição pró-Serra), ou qualquer outro da grande mídia, de serem bancados por estatais.

A Revista do Brasil tem o mesmo direito à liberdade de expressão, à informação de qualidade, a divulgar seus pontos de vista para a sociedade, com trabalho sério, que traz, como anuncia em seu projeto, “uma visão mais humanista dos assuntos políticos e econômicos, dos acontecimentos do mundo, da questão ambiental e do consumo, da cidadania e da participação social e que também não abre mão de assuntos culturais, esportivos, literários e inusitados. Com inteligência, simplicidade e elegância. Sempre buscando, com crítica e graça, o prazer da leitura”.

Juvandia Moreira
Sérgio Nobre

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