Cerca de 6 mil bancários param agências e concentrações em São Paulo

Cerca de 6 mil bancários de São Paulo atrasaram a abertura de todas as 63 agências e das cinco concentrações do Centro Velho da capital na manhã desta terça-feira dia 21. O Dia Nacional de Luta foi promovido pelo Sindicato e antecede a quinta rodada de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), que acontece nesta quarta 22.

A mobilização, realizada em todo o país, é uma resposta à posição dos banqueiros, que disseram “não” às principais reivindicações da categoria nas rodadas de negociação já realizadas, quando se discutiu saúde, segurança, emprego e remuneração. É um claro recado: se a posição dos banqueiros se mantiver a mesma, a categoria vai fazer greve.

“O recado foi dado mais uma vez. Os bancários estão mobilizados e esse Dia de Luta comprovou isso, com a participação de mais de 6 mil bancários. Vamos continuar mantendo a mobilização e a unidade até que os bancos apresentem proposta decente”, afirmou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, durante plenária com os bancários na Rua 3 de Dezembro.

“Estamos reagindo a essa irresponsabilidade dos banqueiros, que levam os bancários à greve todo ano porque não querem atender às reivindicações dos trabalhadores, tendo totais condições para isso”, declarou a dirigente Rita Berlofa, em mobilização em frente à Aymoré Financiamentos, do Santander, na Rua 15 de Novembro.

Prática antissindical – A secretária-geral da entidade, Raquel Kacelnikas, destacou o desrespeito dos bancos ao direito de organização dos trabalhadores, o que caracteriza prática antissindical. “Obrigam os funcionários a entrar de madrugada, desrespeitando a legislação e o trabalhador.”

Rita Berlofa denunciou ainda o contingenciamento feito pelo Santander, que determinou que os funcionários chegassem de madrugada para burlar uma eventual paralisação.

“O banco fere os princípios da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) quando obriga seus funcionários a entrar de madrugada. A greve é um direito do trabalhador e o banco tenta interferir na nossa organização, desrespeitando a legislação, que garante o direito à paralisação, e desrespeitando seus funcionários, quando muda seu horário ou o local de trabalho, a fim de desmobilizar a categoria.” O Santander está deslocando seus funcionários do centro, para um local em Santo Amaro.

O contingenciamento também foi verificado pelo Sindicato na concentração do Itaú Unibanco da Rua Boa Vista. “Flagramos trabalhadores chegando de madrugada aqui. O Sindicato vai denunciar essa prática do Itaú Unibanco que, como empresa multinacional, quer vender uma boa imagem para o mundo, mas comete abusos contra os princípios da OIT”, disse ao microfone a dirigente Adriana Magalhães, denunciando a prática antissindical para a categoria e para a população.

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