Caixa quer punir os empregados que fizeram mais um dia de greve em 2007

(São Paulo) A Caixa Econômica Federal divulgou nesta terça-feira, dia 14, uma CI em que comunica o desconto da falta do dia 10 de outubro passado, quando os bancários de várias cidades faziam seu último dia da greve de 2007. A CI Suape/Geret 010/08 informa que o desconto será efetuado na folha de pagamento de fevereiro e deixou os empregados indignados.

Na CI, a Caixa afirma de forma leviana que a decisão de descontar o dia parado foi tomada “após negociações com as entidades sindicais representativas dos empregados”. Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Fernando Neiva, é muito estranho que a direção da empresa jogue a responsabilidade do corte do dia 10 de outubro para os Sindicatos. “Em momento algum negociamos qualquer desconto de dia de greve com a Caixa. O que houve na realidade foi a reivindicação, através de ofícios, para que o dia não fosse descontado. Como a empresa não teve coragem de assumir o ônus do corte do dia isoladamente, jogou a responsabilidade para o movimento dos empregados. Isso também aconteceu em relação ao Saúde Caixa, quando a empresa aumentou o teto de participação sem consultar os representantes dos empregados”, afirma.

Embora a maioria dos sindicatos tivesse encerrado a greve um dia antes, grandes cidades como Belo Horizonte, Salvador e Aracajú continuaram com o movimento no dia 10. Além dessas capitais, outras cidades da base desses sindicatos e outras do interior também mantiveram a greve. Um dos compromissos assumidos pela Caixa para o fim da greve foi o não desconto dos dias parados. A Contraf-CUT e o Sindicato de BH enviaram vários ofícios para o banco reivindicando que o dia 10 de outubro não fosse descontado e sim abonado ou compensado.

Mais uma vez – assim como fez em relação ao plano de saúde – a Caixa ignorou o processo negocial e tomou a decisão unilateralmente sem discutir com os sindicatos. “A atitude da Caixa revoltou os bancários na base do Sindicato de Belo Horizonte. Os empregados se sentiram discriminados, porque em outros estados o tratamento foi diferenciado. Embora tivéssemos solicitado por várias vezes, nem a Contraf e nem o Sindicato de BH negociaram o assunto com a Caixa”, finalizou Carlindo Dias, o Abelha, diretor da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT, com informações do Seeb Belo Horizonte

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