Caixa manda parte dos clientes para atendimento em lotéricas em Juiz de Fora

A Caixa Econômica Federal está adotando a prática de redirecionar parte de seus clientes para atendimento em lotéricas em Juiz de Fora. Notícia veiculada pela TV Panorama (afiliada da Rede Globo na cidade mineira), na segunda-feira (6), comprova a denúncia do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Juiz de Fora (Sintraf-JF).

Imagens mostram clientes sendo impedidos de realizar depósitos em envelopes e sendo mandados para lotéricas. Um cartaz afixado em caixa eletrônico possui os seguintes dizeres: “Faça seus depósitos em dinheiro até R$ 1 mil nas casas lotéricas”.

Clique aqui para ver a reportagem da TV Panorama.

O Sindicato já havia feito essa denúncia, por meio do Boletim dos Bancários, na edição de 30 de maio. “É muito importante que este assunto ganhe espaço nos veículos de comunicação, para que a população e a categoria bancária saibam que a prática do banco é, no mínimo, inadequada”, ressalta Robson Marques, presidente do Sintraf-JF.

A Caixa está agindo contra suas próprias regras. De acordo com verificação feita pelo Sindicato, pelo contato telefônico no SAC da Caixa, qualquer valor em cheque ou em cédula pode ser depositado nos terminais de autoatendimento.

“O direcionamento para lotéricas é uma tentativa dos gerentes de desafogar as baterias de caixas, reduzindo o volume de envelopes tratados. Com isso, a Caixa acaba não oferecendo uma solução definitiva para as situações que ocorrem nas agências. Ela apenas muda os problemas de lugar, transferindo empregados de setor para setor, ao invés de realizar mais contratações”, denuncia a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Adriana Bitarello.

Para a dirigente sindical, em algumas agências de Juiz de Fora as demandas que demorariam normalmente 24 horas para serem atendidas podem requerer até o dobro do tempo, já que os bancários são constantemente deslocados de um posto de trabalho para outro. “Por causa da falta de pessoal, serviços simples acabam ficando morosos e clientes e empregados são prejudicados”, explica Adriana.

Clientes em risco

A diretoria do Sindicato também alerta para o risco a que os clientes estão expostos quando passam por um tipo de triagem nas salas de autoatendimento para que, dependendo do valor da transação, sejam direcionados para lotérica. “Ao ser questionado sobre o valor que vai depositar, o consumidor pode estar sendo observado por terceiros e acabar sendo alvo de uma ação criminosa ao sair da agência, o conhecido crime da ‘saidinha de banco’. Sem contar a falta de segurança das lotéricas, alvos constantes de assaltos”, avalia.

O presidente do Sindicato afirma que continuará combatendo a terceirização e a precarização da atividade bancária. “A luta por mais empregados nos bancos públicos foi uma das principais bandeiras de campanha nacional em 2010. Conquistamos alguns avanços, mas sabemos que os bancos precisam aumentar seu quadro de pessoal, e acabar com a pressão pelo cumprimento de metas sobre os funcionários, além do excesso de trabalho,” finaliza Robson Marques.

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