Caixa empurra clientes de baixa renda para lotéricas e amplia insegurança

A Agência Caixa de Notícias, órgão de divulgação oficial do banco, divulgou no último dia 7 de agosto uma matéria sobre a importância das lotéricas no atendimento para pessoas de baixa renda, citando até o termo “inclusão financeira”. No material, a Caixa destaca que seus entrevistados “preferem” ser atendidos pelos correspondentes porque teriam acesso facilitado.

Ocorre que a Caixa oficializa o que já é prática nos bancos privados e no BB, com o BB Mais: empurrando clientes de baixa renda para fora das agências bancárias através da ampliação de acesso a serviços nos correspondentes.

A Caixa destaca que no país existem 13.125 casas lotéricas e que o atendimento nestes locais é “mais rápido e mais fácil”, que o horário estendido de atendimento “transforma as lotéricas em importante instrumento de inclusão financeira e de inserção bancária no Brasil”.

A Caixa só esqueceu de comentar que as casas lotéricas e os correspondentes bancários Caixa Aqui (que já são 20 mil em todo o país) não possuem nenhuma medida de segurança garantidas por lei no acesso às agências bancárias, como a presença de vigilantes, de porta com detector de metal e biombos entre os caixas, por exemplo.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba observa que as lotéricas são o principal agente para exclusão de pessoas de baixa renda das agências da Caixa. E, além da insegurança nesses locais com alta circulação de dinheiro, há baixos salários dos funcionários, que não fazem parte da categoria bancária, apesar de prestarem todos os serviços do setor.

De acordo com dados do Banco Central, a Caixa possui 3.342 agências bancárias no país.

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