Negociação com BNB não avança e Comando Nacional aprova mobilização
Em reunião ocorrida nesta segunda-feira (28), em Fortaleza, entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com o presidente interino do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Nelson Antônio de Souza, ficou confirmado mais uma vez o alerta das entidades sindicais em relação ao pagamento da segunda parcela da PLR de 2013.
Nelson informou que o banco ainda não havia conseguido junto ao DEST e ao Ministério da Fazenda a aprovação para fazer o pagamento do direito do funcionalismo através do ajuste do balanço de 2012. Entretanto, ele disse à Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, que os dividendos relativos ao ajuste daquele ano já foram pagos aos acionistas, incluindo aí o governo federal (maior acionista).
“Na nossa avaliação, o que está havendo é uma grande injustiça com os trabalhadores, porque o governo recebeu seus dividendos, enquanto os funcionários ficam na dependência de uma autorização sem qualquer previsão para acontecer. Isso é, no mínimo, desrespeitoso com os bancários”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT, Carlos de Souza.
O dirigente sindical salientou que, diante do impasse, a Contraf-CUT vai orientar os sindicatos a entrarem com ações judiciais contra o BNB para o cumprimento do acordo coletivo, a fim de fazer valer o direito dos funcionários. “Pelo que nos foi exposto na negociação, não é mais a PLR de 2013 que está em jogo, mas o não cumprimento do acordo da PLR de 2012. Se os acionistas receberam o ajuste feito no balanço, por que os trabalhadores não receberam?”, questiona Carlos de Souza.
Mobilização é a resposta
Um calendário de mobilização foi aprovado nesta terça-feira (29), no seminário do Comando Nacional dos Bancários, que acontece em Brasília, prevendo a realização de manifestações em todo o país. Foi marcado um dia nacional de luta, a ser realizado na próxima sexta-feira (2), como forma de pressionar o banco a pagar a PLR dos funcionários.
“A mobilização aprovada pelo Comando Nacional prevê atividades crescentes, podendo culminar com uma greve por tempo indeterminado. Para isso ocorrer, é fundamental que todo o corpo funcional participe dos protestos, pois só a unidade nacional e a nossa força irão pressionar o governo federal para que nosso direito conquistado em acordo coletivo seja garantido”, aponta o coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino.
Entenda o impasse
Tomando como base o lucro apresentado no balanço do BNB em 2013, muitos funcionários teriam de devolver parte do valor recebido como primeira parcela da PLR, o que ocorreu no final da Campanha Nacional 2013. Frente a isso, após a pressão das entidades sindicais, a direção do BNB apresentou uma proposta para solucionar a questão, mediante o pagamento de uma diferença da PLR de 2012, verificada após o ajuste do balanço daquele exercício.
Em reunião realizada no dia 7 de março, o presidente do BNB informou que seria feita uma reversão de provisões realizadas a maior no exercício de 2012, o que reduziu o lucro do BNB e motivou a distribuição de uma PLR menor do que a que efetivamente deveria ter sido quitada.
A compensação desses valores em 2013 permitiria ao banco quitar a segunda parcela da PLR. Por sua vez, as entidades sindicais alertaram para possíveis obstáculos no DEST e Ministério da Fazenda que poderiam dificultar a operação, o que acabou acontecendo.