O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte tem recebido denúncias de que a direção do Unibanco não está respeitando o que foi negociado nacionalmente sobre o Centro de Realocação. Apesar de existirem agências que necessitam suprir o seu quadro funcional com até três vagas em aberto, o banco prefere sobrecarregar os seus funcionários. O Sindicato está registando todos estes casos junto à área de RH-Relações Trabalhista do banco e cobrando a necessidade do preenchimento imediato destas vagas e criação de outras.
O funcionário do Unibanco e diretor do Sindicato, Kennedy Santos, afirma que o banco, visando centralizar o processo de promoção e realocação, orientou os gerentes gerais para instruir os funcionários a não se cadastrarem no programa. “A direção do banco prefere sobrecarregar os poucos funcionários a fazer novas contratações ou realocações. Algumas realocações realizadas ainda são tímidas diante da real necessidade das agências e do número apresentado pelos representantes do Itaú Unibanco”, ressalta.
Demissões
Somente este ano o grupo já demitiu em cada banco, sem justa causa, 18 trabalhadores sob a alegação de que elas foram feitas baseada na”avaliação de performance e desempenho”. Os demitidos receberam conceito de avaliação “C” (insuficiente) segundo o banco porque “não estavam afinados com a direção ou não tinham nada mais a acrescentar ao banco”.
No entanto, o processo de avaliação de desempenho no Unibanco é muito subjetivo não existindo regras claras de avaliação dos colaboradores e por isso não se consegue explicar o conceito “C”. Foi constatado através de denúncias nas unidades visitadas que, durante as avaliações, os(as) bancários(as) recebem um feedback do gestor e um “provável” conceito “A” ou “B”. Após as avaliações de toda equipe é constituído um Comitê de Performance formado por todos os GGs e a direção do banco.
Esse Comitê define todas as notas dos funcionários e os GGs são obrigados, pela direção do banco, a avaliar com “C” funcionários que mereciam “B” e com “B” funcionários que mereciam “A”, sob o argumento de que existem muitos conceitos “A” ou muito “B” naquela agência. Em seguida, começa a disputa entre os GGs sobre quem será reclassificado e após a segunda avaliação “C” é sumariamente colocado no “paredão”.
Para o funcionário do Unibanco e diretor do Sindicato, Ramon Peres, os GAs também sofrem essas discriminações, pois além de sobrecarregados, são penalizados com o conceito “C” quando existem na agência reclamações junto ao Banco Central. “O pior é que esses bancários não têm culpa nenhuma da reclamação feita, mas mesmo assim são demitidos. Além de terem que dar conta de toda área administrativa da agência, os funcionários ainda são obrigados a cumprir metas abusivas de vendas de produtos impostas unilateralmente pelo banco”, afirmou.
Ramon ressalta que a atitude da direção do Unibanco, em insistir na avaliação subjetiva dos funcionários mostra a falta de compromisso do banco com o desenvolvimento profissional e a valorização das pessoas. “A avaliação de desempenho deve aferir potencial, analisar comportamento e prever desenvolvimento profissional e não ser definida numa sala de reunião fechada onde a direção impõe a sua vontade obrigando os avaliadores a colocarem a nota que ela quer. O Sindicato não vai aceitar essas punições e demissões. Vamos exigir que, em Belo Horizonte, o banco cumpra o acordado nacionalmente em relação ao Centro de Realocação”, enfatiza.