BB transfere gerente assediador para agência líder de rede em São Paulo

Após meses de denúncias e de protestos do Sindicato dos Bancários de São Paulo contra o assédio moral praticado por um gestor da agência USP do Banco do Brasil, a direção da empresa providenciou sua transferência para outra unidade. O problema é que o funcionário em questão acabou por ser premiado porque foi realocado para a agência Ceagesp e promovido a líder de rede.

“Agindo dessa forma o banco deixa claro seu desinteresse em combater o assédio moral, e também seu desrespeito por todos aqueles que sofreram com os abusos praticados por esse gestor”, critica a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

A dirigente sindical lembra que os bancários conquistaram na campanha passada um acordo com a federação dos bancos (Fenaban) que instituiu o instrumento de combate ao assédio moral, por meio do qual os bancários podem fazer denúncias tendo garantido o sigilo sobre sua identidade.

O BB não aderiu à cláusula por ter um programa próprio: o Comitê de Ética. No entanto, as denúncias recebidas e comprovadas pelo Sindicato não estão passando por esse comitê criado para combater o problema.

A secretária-geral destaca ainda que o Sindicato encara o problema do assédio como organizacional e não como culpa de um ou de outro gestor. “Gerentes também são bancários e também são vítimas da política de metas abusivas do banco. Muitas vezes eles são pressionados pelos superintendentes e passam a pressionar a equipe, e dessa forma reproduzem o assédio em efeito cascata. Ainda assim, não podemos admitir gestores com esse perfil”, destaca.

“Por isso, se os funcionários da agência Ceagesp tiverem o mesmo problema que seus colegas da unidade da USP, é importante que denunciem para que o Sindicato possa cobrar providências do banco”, orienta a dirigente sindical.

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