BB lucra R$ 5,5 bilhões no 1º semestre, mas fecha 2.173 vagas em um ano

Mesmo com o lucro de R$ 5,506 bilhões no primeiro semestre deste ano, o Banco do Brasil fechou 2.173 postos de trabalho nos últimos 12 meses (queda de 1,9%). O número de funcionários do BB caiu de 113.720 em junho de 2013 para 111.547 em junho deste ano, o que é injustificável. O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (14).

O banco abriu 89 novas agências no período, saltando de 5.401 no primeiro semestre de 2013 para 5.490 nos primeiros seis meses deste ano, segundo análise do balanço feita pela Subseção do Dieese na Contraf-CUT. Isso significa mais serviços para cada vez menos funcionários, o que aumenta a sobrecarga e a pressão no trabalho.

> Clique aqui para ver a análise do Dieese.

“Observamos que há uma clara política da diretoria do BB em reduzir o número de funcionários. Somente nos últimos 12 meses o banco reduziu o quadro em mais de dois mil funcionários, o que reforça a nossa campanha por mais contratações e a reposição dos quadros das agências e unidades internas”, afirma Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

O lucro bilionário do BB significa, porém, uma queda de 45,1% em relação a igual período do ano passado e uma retração de 5,6% no trimestre. Entretanto, em 2013 a venda das ações da BB Seguridade acabou inflando os resultados do banco.

Excluindo-se os itens extraordinários, o lucro líquido ajustado foi de R$ 5,4 bilhões, um crescimento de 2,2% em relação ao 1º semestre de 2013. Esse resultado corresponde a uma rentabilidade ajustada sobre o patrimônio líquido anualizado (ROE) de 15,3%.

Mais crédito

A carteira de crédito ampliada cresceu 12,5% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 718,8 bilhões (alta de 2,8% no trimestre). As operações com pessoa física cresceram 7,1% em relação a junho de 2013, chegando a R$ 172,6 bilhões, o que representa 24,1% do total das operações de crédito.

Já as operações com pessoa jurídica alcançaram R$ 335,3 bilhões, com elevação de 13,2% no primeiro semestre de 2014, totalizando 46,7% do total do crédito. A carteira com o melhor desempenho no período foi a imobiliária, que cresceu 84,5% em relação a junho de 2013, totalizando R$ 32 bilhões.

Inadimplência sobe pouco, mas PDD dispara

O índice de inadimplência superior a 90 dias cresceu 1,2 ponto percentual, ficando em 1,97% em junho de 2014. Apesar de baixo, o banco elevou as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 21,9%, totalizando R$ 9,3 bilhões.

Receitas de tarifas x despesas de pessoal

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 5,4% em 12 meses, enquanto as despesas de pessoal subiram 3,5%. Com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 127% no 1º semestre de 2014.

Expectativa do funcionalismo

“Com esse lucro gigantesco, o BB tem todas as condições de atender as reivindicações do funcionalismo, neste momento em que iniciamos a Campanha Nacional dos Bancários 2014”, destaca Wagner ao lembrar que as negociações com a Fenaban começam nos dias 19 e 20, em São Paulo, e a primeira rodada da pauta específica com o BB está marcada para o dia 22, em Brasília. Ambas debaterão as reivindicações dos trabalhadores sobre saúde e condições de trabalho.

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