O Sindicato dos Bancários em Mato Grosso(SEEB/MT) realizou protesto nesta sexta-feira (10), na Agência Centro do Banco do Brasil, em Várzea Grande, motivado pela demissão de uma bancária com deficiência(PCD), aprovada no Concurso Público.
Segundo a funcionária recém-empossada na agência Várzea Grande Centro, a pessoa que deveria ser responsável pela sua orientação e acompanhamento no período de experiência, ao invés de lhe auxiliar nas dificuldades, esclarecendo dúvidas e oferecendo subsídios para superação de dificuldades, fez o contrário, utilizando-se de mecanismos de pressão no ambiente de trabalho, intimidando e constrangendo-a.
Ela, que ainda estava dentro do período de avaliação de 90 dias passou a ser advertida pela orientadora, que a classificava “lenta” para prestar o atendimento, dizia que não era para a funcionária procurá-la para tirar dúvidas e que se virasse para aprender a trabalhar.
Diante de tanta pressão a funcionária esperando conscientizar a orientadora mostrou um laudo médico atestando que era pessoa com deficiência (PCD) transtorno de déficit de atenção, ao qual nunca havia atrapalhado seu desempenho em trabalhos anteriores, mas que aquelas pressões poderiam influenciar em seu desempenho, porém a bancária recebeu da orientadora a resposta de que o banco não tinha nada a ver com tal problema. Essa mesma orientadora tinha a prática de colocar em sua mesa uma folha escrita “NÃO FALE COMIGO”.
Mesmo a funcionária tendo sido aprovada no concurso, possuir experiência em outros bancos, ter elogios de clientes na agência, a gerência decidiu demiti-la em horário de trabalho, quando prestava atendimento.
O fato chegou ao conhecimento da diretoria do Sindicato, que entrou em contato com a direção do Banco do Brasil, tanto em Mato Grosso, quanto em Brasília.
“Além da gravidade dos efeitos que essas avaliações equivocadas que tornam os novos funcionários reféns, estão trazendo para a vida pessoal e profissional desses bancários, ainda existe outro fator, a gerente responsável pela orientação já foi denunciada anteriormente, por mais de 10 funcionários da agência, por condutas que podem caracterizar assédio moral coletivo no ambiente de trabalho”, explica o secretário jurídico do SEEB-MT e funcionário do BB, Alex Rodrigues.
Ele relembra que meses atrás o problema foi levado ao conhecimento da Gestão de Pessoas (Gepes/MT) e da Superintendência Estadual do Banco do Brasil em Mato Grosso, mas que o caso foi considerado pelos representantes do banco como normal. Agora a situação se repete com mais gravidade, levando à demissão os recém-aprovados no último concurso público. “Será que alguém com este perfil têm condições de avaliar um funcionário?”, finaliza Alex.
O Sindicato recebeu denúncias de funcionários de outras agências que essas avaliações estão sendo equivocadas, fora inclusive das normas internas do banco e solicitou à GEPES/MT que enviasse tal avaliação e permitisse o acompanhamento da entidade durante o processo de experiência dos novos funcionários do Banco do Brasil, mas passados 18 dias, nenhuma resposta foi dada pelo banco e as demissões começam a aparecer.
Diante de todas essas evidências, a direção do SEEB-MT classifica a postura do Banco do Brasil como de “irresponsabilidade social”, pois, ao invés contratar novos funcionários para oferecer à sociedade um atendimento digno, está subjugando os bancários por meio da pressão e avaliações inapropriadas e os demitindo.
Além deste caso, o SEEB-MT tem conhecimento de outros casos, que também tendem a resultar na demissão de trabalhadores recém-empossados e, por isso, realizou este ato de protesto demonstrando as atuais políticas deste Banco que deveria ser do BRASIL e tomará medidas posteriores para resguardar o direito dos bancários.