Em mais uma medida que aprofunda sua política de se igualar aos bancos privados para disputar o mercado, abrindo mão de sua função pública, o Banco do Brasil decidiu estender a todas as cidades do país com mais de quatro agências a centralização dos serviços de suporte, o que vai diminuir ainda mais o número de caixas, aumentar a carga de trabalho nas dependências e piorar o atendimento aos clientes e usuários, sobretudo os de baixa renda.
A decisão de centralizar os serviços no CSO foi comunicada pela direção do banco no Sisbb.
“Além de elitizar o atendimento, essa decisão vai tornar as condições de trabalho ainda mais insuportáveis nas agências”, critica William Mendes, secretário de Imprensa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). “Não podemos aceitar mais essa imposição. É mais um motivo para participarmos da greve no próximo dia 25.”
Preparar a greve
A paralisação de 24 horas foi convocada pela Contraf/CUT em resposta ao descaso da direção do BB para com as reivindicações do funcionalismo, entre as quais estão a criação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), o pagamento das substituições, a contratação de mais funcionários, o fim das metas abusivas, o combate efetivo às práticas de assédio moral e melhores condições de trabalho.
As negociações vêm se arrastando desde o final da campanha salarial do ano passado e o banco só enrola. Na última rodada, dia 6 de junho, o BB rejeitou praticamente toda a pauta de reivindicações dos funcionários.
“Só com paralisação a direção do banco vai ouvir as reclamações dos bancários. Por isso, é importante que todos participem das atividades convocadas pelos sindicatos e cruzem os braços no dia 25”, convoca Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB da Contraf/CUT.