Em audiência realizada na sexta-feira, 1º de outubro, no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), o Sindicato dos Bancos se negou a debater o direito de greve dos bancários e o uso indevido dos interditos proibitórios. A audiência atende a uma ação declaratória proposta pela assessoria jurídica do Sindicato dos Bancários do Rio.
As advogadas dos bancos apresentaram um pen drive com imagens de noticiário do SBT mostrando supostos “prejuízos” resultantes da paralisação. A procuradora do Trabalho Eleny Schittine perguntou se as imagens eram do Rio de Janeiro, o que foi negado pelas advogadas, desqualificando as “provas” apresentadas pelos bancos. Eleny disse que as provas “não poderiam ser mesmo do Rio”, já que ela andou pela cidade e “não constatou nenhuma anormalidade na mobilização dos trabalhadores”.
“Os banqueiros empurraram a categoria para esta greve e agora tentam, através de toda a forma de pressão e do uso de interditos, coibir o movimento dos bancários e o legítimo direito que temos de fazer greve”, afirma o presidente do Sindicato, Almir Aguiar, que participou da audiência.
A intransigência dos banqueiros
A juíza e vice-presidente do TRT-RJ, Glória Regina Ferreira Mello, deu um prazo de 48 horas para que as partes apresentem novas alegações. Em seguida, o processo será encaminhado à Procuradoria Regional do Trabalho, que emitirá o seu parecer sobre a questão.
“Não conseguimos, neste momento, resultados imediatos e concretos na audiência de conciliação. Continuamos, contudo, otimistas no sentido de que poderemos obter do TRT uma posição favorável, de forma a extirpar da greve dos bancários, definitivamente, o mau uso de interditos, como meio sistemático utilizado para inibir o direito dos trabalhadores”, disse a advogada Rita Cortez, que assessora o Sindicato nesta ação, junto com o advogado José Luiz.
Ela criticou também a má vontade dos bancos em dialogar com a categoria. “Comparecemos à audiência com o espírito aberto, almejando solucionar problemas. Apesar dos esforços da vice-presidente do TRT, do Ministério Público do Trabalho e da representação do sindicato de buscarem o diálogo e o consenso, mais uma vez a representação dos bancos demonstrou intransigência, optando pela continuidade do uso dos interditos como meio de cercear e impedir o exercício deste direito universalmente reconhecido”, completa a advogada.