Banco JPMorgan paga multa recorde de US$ 13 bilhões ao governo dos EUA

O banco JPMorgan fechou um acordo para pagar multa recorde de US$ 13 bilhões ao governo dos EUA e a cinco Estados americanos, admitindo que passou informações erradas na venda de ativos ligados a hipotecas imobiliárias, cerne da crise global que se arrasta desde 2008.

O acordo encerra uma série de processos e investigações contra o maior banco americano, mas a instituição financeira e seus funcionários ainda podem ser processados criminalmente.

Na conta de US$ 13 bilhões, entram US$ 4 bilhões que já haviam sido acertados no mês passado. O valor supera a multa de US$ 4,5 bilhões aplicada à BP, no ano passado, pelo vazamento de óleo no golfo do México, em 2010.

A maior parte do montante (US$ 9 bilhões) vai para investidores e agências públicas que perderam dinheiro com os ativos. O restante tem como destino programas que vão ajudar donos de residências em dificuldade.

No ano passado, o JPMorgan lucrou US$ 21 bilhões.

Segundo comunicado do governo dos EUA, o banco reconheceu que hipotecas que eram securitizadas (essas dívidas eram “empacotadas” em aplicações financeiras) não seguiam as normas legais e não repassou essa informação aos investidores.

Para os EUA, esse comportamento do JPMorgan e de outros bancos de “empacotar” ativos tóxicos e enganar investidores que compraram esses títulos contribuíram para a crise financeira.

“Sem sombra de dúvida, a conduta [do banco] revelada nessa investigação ajudou a plantar as sementes do colapso das hipotecas”, afirmou Eric Holder, secretário da Justiça dos Estados Unidos.

Muitas dessas hipotecas eram consideradas de alto risco e, quando os proprietários das casas deixaram de pagar as prestações em dia, os ativos em que estavam “empacotadas” viraram pó, deixando os investidores com papéis sem valor.

A multa de US$ 13 bilhões representa a ação mais dura do governo Barack Obama contra os bancos, que são vistos como os grandes culpados pela crise que deixou um saldo de 1,5 milhão de postos perdidos desde 2008, apesar das melhora nos últimos meses da economia.

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