Madrugada do dia 21 de setembro no Centro velho da capital. Faz frio. As ruas, que durante o dia ficam lotadas de pedestres e carros, estão vazias. Embaixo de marquises, centenas de moradores de rua tentam dormir.
Por volta das 4h, começa um movimento de carros. São táxis trazendo bancários para trabalhar nos prédios da Rua Boa Vista, do Itaú Unibanco, da Aymoré Financiamentos, controlada pelo Santander, que fica na Rua 15 de Novembro.
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“Estávamos lá na hora e é triste ver a forma constrangida como esse pessoal chega ao local de trabalho. A gente percebe que o trabalhador está com vergonha, se sentindo humilhado e revoltado por ter sido obrigado pelo banqueiro a sair de casa no meio da madrugada para trabalhar”, diz a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Raquel Kacelnikas.
O contingenciamento este ano está começando mais cedo, antes mesmo de confirmada a possibilidade de greve. As denúncias deste tipo de crime não param de chegar no Sindicato e atingem todos os grandes bancos. A maior parte das reclamações, porém, vem de bancários do CAU e do ITM, ambos do Itaú Unibanco.
“Os bancos estão coagindo estes trabalhadores a não participar de manifestações. Mas a Constituição Federal garante o direito de exigir melhores salários e condições de trabalho, com paralisações e greve, se necessário. Trata-se de prática antissindical explícita, e há punição prevista em lei para este crime”, lembra a dirigente sindical.