Banrisulenses, delegados sindicais e dirigentes do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) participaram no início da tarde desta sexta-feira, dia 23, de protesto contra o aumento nas mensalidades da Fundação Banrisul. A atividade também serviu para lançar a campanha “Esta conta não é nossa!”.
O ato ocorreu em frente ao prédio da Direção Geral, em Porto Alegre, e coincide com o pagamento da folha, já com o desconto da contribuição à Fundação.
Os bancários distribuíram uma carta aberta aos banrisulenses que trabalham no prédio da DG (veja abaixo).
“Após dois anos de déficits nas contas, a Fundação decide meter a mão no bolso dos funcionários para pagar a conta de a sua má administração. Quando se tem um superávit nas finanças, a direção não compartilha seus resultados, mas quando os resultados ficam no vermelho, eles jogam a conta para nós. Isto é inadmissível!”, protestou o secretário-geral do SindBancários e funcionário do Banrisul, Fábio Soares Alves. “Os argumentos para impor este tarifaço são insuficientes”, acrescentou.
Para o diretor de Aposentados do SindBancários, José Carlos Ledur, o momento de reagir é agora. “Estamos aqui para chamar a mobilização dos banrisulenses para que não continuemos a pagar esta conta salgada que nos foi imposta. A hora de dizer um basta é agora!”, protestou.
O diretor de Saúde da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi) Amaro Silva de Souza, protestou contra o tarifaço imposto pela Fundação, sem qualquer consulta aos principais interessados, ou seja, os banrisulenses.
“Estamos aqui na Caldas Junior, palco de inúmeras mobilizações da categoria. Hoje estamos travando uma trincheira contra mais um ataque do banco e da Fundação ao bolso de cada bancário. Sem consulta aos principais interessados, a Fundação nos impõe um tarifaço descabível”, ressaltou.
“É importante que tenhamos mobilização para melhorar a administração da nossa Fundação. Enquanto não tivermos voz na sua administração, estaremos sujeitos a desmandos e imposições como esta. Não admitimos isso”, acrescentou a diretora da Fetrafi/RS, Denise Falkenberg.
“Não podemos aceitar este aumento imposto de forma autoritária sobre aposentados, ativos e pensionistas sem a mínima discussão”, acrescentou a diretora do SindBancários Lourdes Rossoni.
Novas atividades serão realizadas dentro da campanha “Esta conta não é minha!”, com ações nas agências da capital e do Interior do Estado. A ideia é reforçar a contrariedade ao aumento, recolher adesões ao abaixo-assinado e manter os banrisulenses em constante mobilização.
A proposta é buscar uma rediscussão e um reposicionamento da Fundação em relação ao tarifaço.
Na próxima quarta-feira, dia 28, ocorrerá reunião do Conselho de Administração da Fundação. “Vamos manter nossa mobilização e reforçar a posição contrária a este aumento”, completou Ledur.
Carta Aberta aos Banrisulenses
Colegas!
Deve ser de conhecimento da maioria dos banrisulenses, que após a implantação do PROES, a gestão financeira da Fundação Banrisul esteve sob responsabilidade direta do tesouro do Estado, o qual se beneficiou amplamente durante esse período, em função da apropriação dos frequentes superávits gerados até então.
Bastou esta gestão ficar sob a responsabilidade da diretoria da Fundação, por extensão de sua patrocinadora, o Banrisul, para que os resultados apresentados, mudassem sua tonalidade, enfileirando uma sequência de resultados negativos e com um agravante maior: o de repassar para os nossos bolsos, a maior fatia desse rombo!
Mais preocupante ainda, passam a ser as justificativas apresentadas pelo informativo FB Atualidades do último mês de março, na medida em que ao analisarmos mais detidamente tal deliberação, vamos perceber que a patrocinadora é a principal fomentadora desses déficits, em função da estéril política de recursos humanos e do fosso existente entre a Fundação e sua patrocinadora maior, o Banrisul, quanto a implantação de políticas conjuntas.
Quem olha de fora, pensa até tratar-se de duas entidades concorrentes se digladiando numa disputa de beleza predatória, cujo “gran-finale” será a inviabilização da parte mais fraca, ou seja, a complementação de nossas aposentadorias.
Vemos aqui a ponta de um “iceberg” cuja tamanha irresponsabilidade gerencial, o beneplácito da diretoria da Fundação e de sua conivência, está retroalimentando uma avalanche de demandas judiciais de parte dos aposentados, que se não estancada e equalizada a contento, irá desaguar em sério comprometimento financeiro da Fundação, podendo levá-la, em médio prazo, à insolvência!
Temos a clareza de que ESTA CONTA NÃO É NOSSA!!!
Pois se a patrocinadora tem o poder da caneta para indicar 100% da diretoria, metade dos conselhos e ainda disputar a eleição da outra metade, nada mais coerente que ela assuma integralmente os maus resultados que sua gestão apresenta.Se o Plano de Benefícios prevê que as contribuições da patrocinadora sejam de até 50% do total, não é admissível falar em déficit, quando o Banrisul contribuiu em 2009 com míseros 21%. Ano após ano o banco foge da paridade contributiva, com o total apoio da Diretoria da Fundação e os Conselheiros
Nomeados e joga aos participantes a conta de sua má gestão.
O movimento sindical não aceita nem se omitirá a respeito: Não vamos aceitar que mais um fator previdenciário seja imposto sob nossas cabeças.
É hora do banrisulense se levantar contra essa espoliação!