Funcionários continuavam trabalhando, mesmo com risco de desabamento
A agência do Banco do Brasil de Saltinho (SP) foi lacrada e interditada nesta quinta-feira (11) por fiscais do Cerest (Centro de Referência em Segurança do Trabalhador) de Piracicaba e da Vigilância Sanitária de Saltinho.
A unidade foi fechada após uma ação rápida de diretores do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região com o apoio do Cerest, Vigilância Sanitária, Defesa Civil e Ministério do Trabalho.
Diretores do Sindicato receberam a denúncia de que os funcionários da agência do BB, explodida por assaltantes na madrugada do dia 29 de novembro, estavam trabalhando normalmente no prédio, inclusive com riscos de desabamento.
Ao chegarem na agência, com funcionários do Cerest e da Vigilância, constataram que o local não está apropriado para que bancários, vigilantes e funcionários de limpeza trabalhem, pois falta segurança para executarem as suas funções.
“A agência ainda está cheia de entulho, na noite passada choveu e alagou, criando riscos de curtos circuitos, além do stress traumático da explosão. Esses funcionários não podem trabalhar em um local como este e estamos aqui para garantir a segurança de todos”, afirmou o técnico em Segurança do Trabalho do Cerest, Marcos Gomes.
Após constatar que o local está impróprio para os trabalhadores, os funcionários do Cerest e da Vigilância conversaram com os funcionários e explicaram que eles não poderão permanecer no local até que o prédio passe por uma reforma e fique novamente apto.
“Os funcionários pediram que o Sindicato converse com a Regional do BB para que explanem as dificuldades – incluindo as metas que ainda estão vigorando, mesmo com o banco fechado ao público – e sejam realocados em outras agências durante o período, além de garantir alguns abonos, como apoio no transporte. Agora, com a agência fechada, vamos marcar uma reunião para tratar esses assuntos. O importante foi tirarmos esses funcionários que corriam muitos riscos”, relatou a vice-presidente do Sindicato, Angela Savian.
Após o diálogo com os funcionários, a Defesa Civil foi chamada e o representante solicitou o laudo técnico assinado pelo engenheiro responsável do Banco do Brasil que liberou o retorno dos bancários à agência após a explosão. O gerente geral da agência, Luiz Carlos Vizoto, afirmou que a liberação foi enviada por e-mail, porém vai solicitar o laudo ao banco e encaminhar aos responsáveis.
Com a falta de laudo e após a inspeção dos órgãos competentes, a Vigilância Sanitária notificou o BB para providenciar, no prazo de dez dias, o cronograma de reforma e laudos do Corpo de Bombeiros e da estrutura predial. Além disso, autuou o banco, lacrou e interditou a agência por risco grave e iminente de acidente de trabalho e por expor os trabalhadores a riscos em desacordo com normas regulamentadoras vigentes.
Após a agência ser lacrada, o Ministério do Trabalho e Emprego foi acionado para que também acompanhe o caso.