Bancários param duas agências e esquentam mobilização em Fortaleza

Bancários avisam: se a proposta não mudar, é greve a partir do dia 30

Com bom humor, nesta segunda-feira (22), duas agências de Fortaleza foram paralisadas durante uma hora – das 10 às 11h, dando prosseguimento às mobilizações da categoria dentro da Campanha Nacional 2014. A mobilização feita com peça de teatro, humoristas e banda de música deu um recado de que o clima está esquentando e os bancários estão prontos para lutar por mais conquistas e garantir direitos numa greve forte, a partir do dia 30.

As agências paralisadas por uma hora foram as do Banco do Brasil e do Bradesco, na rua Barão do Rio Branco, no Centro de Fortaleza. O Sindicato dos Bancários do Ceará fez reunião com os funcionários, deu esclarecimentos e pediu apoio à clientela, sendo aplaudido por ambos. Mais uma vez a mobilização sensibilizou a categoria e a população.

Os bancários avisaram que estão prontos para construir a greve, caso os banqueiros teimem em não valorizar e apresentar proposta decente à categoria. A peça de teatro usada como instrumento de mobilização, mostrou a realidade do bancário ao enfrentar um “cabo de forças”, com os banqueiros.

Numa alegoria, em forma de cordel e usando nomes publicitários dos bancos, como “conterrâneo”, “personalité” e “presença”, a peça mostra a exploração dos trabalhadores com péssimas condições de trabalho, e à população com cobrança de juros altos e muitas filas, que são temas das mesas de negociação.

Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, alertou que “em todo o País as agências vão entrar em greve pela intransigência dos banqueiros e para defender os direitos dos bancários. Sabemos que o Governo e os banqueiros pagam pra ver se nós trabalhadores temos mobilização para nos defender. Isso é lamentável. É um desafio que os trabalhadores mais uma vez vão provar que têm força para se defender e que têm condições de tencionar os bancos e o governo para avançar. Vamos à greve!”.

“Estamos sendo empurrados para uma greve mais uma vez, para garantir nossos direitos. A nossa luta não é só por salários, mas por saúde, condições de trabalho e por mais contratações. Um bancário tem trabalhado por dez e estamos adoecidos. Os banqueiros lucram muito e não dão condições de trabalho, exigem metas abusivas e nos obrigam a vender produtos que o cliente não quer. Nossa luta é contra essa situação, porque banqueiro não vê o lado da categoria, nem da sua clientela”, disse Rita Ferreira, diretora da Secretaria de Formação do Sindicato e funcionária do Bradesco.

“A imoralidade que já começou. Os banqueiros deram uma proposta imoral ao oferecer 7% de reajuste. Não dá pra aceitar. Na nossa assembleia do dia 24, os bancários devem comparecer e se unir ao Sindicato. Esse é o momento de união, pois sem união, o patrão não vai dar aumento real para uma categoria dividida. Devemos estar unidos. Essa é a hora de união com o Sindicato porque a correlação de forças é importante. Se nós trabalhadores não nos unirmos, o patrão bota de goela a baixa o que ele quiser”, anunciou Pedro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Nordeste.

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