Bancários paralisam agência em Brasília contra demissões no Itaú Unibanco

A quebra de compromisso da direção do Itaú Unibanco – que havia garantido que não ocorreriam demissões nas agências e departamentos da instituição financeira no processo de fusão – obrigou bancários de todo o país a protestarem contra as dispensas imotivadas e por mais valorização dos trabalhadores e melhores condições de atendimento aos clientes e usuários. Em Brasília, o Sindicato realizou manifestação, na unidade do Financial Center, localizada na Asa Norte, mesmo local onde um empregado foi demitido recentemente sem justificativa.

Clientes e usuários que aguardavam a abertura da agência apoiaram o ato pacífico dos bancários com uma salva de palmas. “Os bancários têm que lutar mesmo contra as demissões e por melhores condições de trabalho. Dou total apoio”, declarou uma cliente, que preferiu não se identificar.

Durante a manifestação, diretores do Sindicato entregaram panfleto que explicava os motivos da breve paralisação da agência. O Sindicato exige mais contratações e cobra mais valorização dos trabalhadores, que tanto se esforçam para atingir as metas impostas pelo banco, que a cada ano apresenta lucros recordes às custas de pressão sobre os bancários.

Ao final do ato, a diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Unibanco, Louraci Morais, agradeceu o apoio e a compreensão dos clientes e usuários do banco. “Estamos na luta para melhorar as condições de trabalho dos bancários e as de atendimento”, acrescentou.

Também participaram da manifestação os diretores do Sindicato Raimundo Dantas, Cida Sousa, Cristiano Severo e Romero Carvalho. “Para aumentar seus lucros, os bancos estão reduzindo o número de caixas e forçando os clientes a utilizarem os terminais de autoatendimento”, lembra Severo.

Desemprego

Somente em maio, foram demitidos mil bancários em São Paulo. Em Brasília, o Sindicato também recebeu reclamação de um bancário demitido no último dia 13 de maio sem justificativa. O funcionário ficou afastado com problemas de LER/Dort, causados pelo excesso de trabalho, e acabou demitido meses após retornar ao trabalho.

O Sindicato enviou uma carta pedindo explicações à direção do Itaú Unibanco sobre a demissão injustificada do bancário. Diante do crescimento da economia brasileira e dos lucros do sistema financeiro, os representantes sindicais não aceitam demissões e reivindicam melhores condições de trabalho, uma vez que muitos funcionários estão acometidos por doenças ocupacionais.

“Na última negociação, o Itaú Unibanco informou que tem um programa de controle dos funcionários licenciados em decorrência de afastamento médico e que faz um trabalho específico com eles, no entanto, a realidade é outra. Tanto que o bancário com 16 anos de banco foi demitido sem explicações e sem acompanhamento do banco depois que voltou da licença”, denuncia Louraci.

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