Trabalhadores caminharam até a Assembleia Legislativa em Porto Alegre
Os bancários de Porto Alegre e da Região Metropolitana deram resposta à altura à aprovação do PL 4330 pela Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira (15), os trabalhadores paralisaram parcial ou totalmente 75% de bancos públicos e privados da região. A integração ao Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 é considerada uma grande vitória e mostra o quanto a terceirização indignou a categoria.
A mobilização dos trabalhadores bancários iniciou por volta das 7h. No tradicional ponto de encontro das lutas e das greves dos bancários, a Praça da Alfândega, no Centro de Porto Alegre, trabalhadores de bancos públicos e privados deram um recado bem claro aos deputados federais que aprovaram o texto-base do PL 4330, na Câmara dos Deputados. Contra o maior ataque já sofrido pela classe trabalhadora desde que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), instituída em 1943, os bancários mostraram que não vão arredar o pé da luta.
“A nossa avaliação é que a paralisação foi uma vitória. Mostrou que os trabalhadores bancários estão informados sobre os efeitos nefastos da terceirização nas suas vidas e que não aceitam precarização. Também estamos muito satisfeitos com a adesão dos trabalhadores porque fizemos uma convocação em apenas dois dias. A paralisação também serviu para que pudéssemos levar mais informação e mostrarmos que demos um passo. Perdemos a primeira batalha na Câmara, mas temos uma guerra pela frente. Vamos ficar mobilizados até que o PL 4330 tão prejudicial à vida, à economia e à saúde dos trabalhadores, seja extinto”, avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis.
O presidente se referiu à tramitação do PL 4330 continuar tramitando no Congresso Nacional e da estratégia traçada pelas Centrais Sindicais, como a CUT e a CTB, para seguir pressionando.
“A nossa pressão assustou os parlamentares em Brasília. Eles já fizeram alterações no texto-base. Retiraram a terceirização de empresas públicas e mistas. Nós queremos que o PL 4330 seja extinto. Para isso, vamos manter a pressão e a mobilização para mostrar para os senadores que milhões de trabalhadores não querem perder direitos como salário e décimo-terceiro. Se aprovado no Senado, vamos mostrar para a presidenta Dilma que ela tem que vetar tudo. O passo seguinte será pressionar senadores e os deputados a manterem o veto presidencial”, explica Gimenis.
Por volta do meio-dia, os bancários fizeram uma caminhada ao encontro dos trabalhadores de outras categorias, como metalúrgicos e comerciários, até a frente da sede da Fecomércio, na avenida Alberto Bins, em Porto Alegre. Por volta das 13h, o grupo foi, em caminhada, até a Assembleia Legislativa, onde realizou uma vigília na Praça da Matriz e acompanhou o Grande Expediente, em plenário, do deputado estadual Adão Villaverde (PT), que pediu à presidenta Dilma para vetar o PL 4330.