Manifestação em frente ao edifício-sede do Banrisul
Os bancários estão dando uma reposta à altura às provocações dos banqueiros na mesa de negociação. Em todo o país, a quinta-feira, (19), o primeiro dia de greve nacional, a categoria mostrou força e mobilização para lutar pelos seus direitos e pelo atendimento das reivindicações da Campanha 2013.
Somente na região de abrangência do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, foram 252 agências total ou parcialmente fechadas. Em todo o Rio Grande do Sul foram contabilizadas 478 agências paralisadas.
Em nível nacional, foram fechadas 6.145 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal. São 1.013 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (5.132), um crescimento de 19,73%.
“Nós vínhamos avisando os banqueiros de que iríamos dar uma resposta às provocações que eles fizeram na mesa de negociação. Foi bom o primeiro dia, mas temos que continuar a nossa luta. Depois do feriado Farroupilha, é que os bancários precisarão mostrar o seu valor. A retomada das nossas atividades tem que ser forte a cada novo dia de greve”, diz o presidente do SindBancários, Mauro Salles.
A greve é um direito garantido por lei. É o instrumento dos trabalhadores garantirem seu futuro. Por isso, na próxima segunda-feira (23), haverá assembleias organizativas por bancos, em Porto Alegre, para fortalecer a luta. Também está marcada uma tradicional concentração a partir das 11h, na Praça da Alfândega, entre a Caixa e o Banrisul.
Às 15h30, na Casa dos Bancários, os funcionários do BB se reúnem para avaliar os primeiros movimentos da paralisação e organizar o dia seguinte. No Clube do Comércio, bancários do Banrisul, realizam assembleias a partir das 18h.
A greve dos bancários é nacional por tempo indeterminado e foi decidida em assembleias por todo o país em 12 de setembro.
Pelo Estado
O primeiro dia da greve nacional da categoria foi marcado por um grande número de adesões no Rio Grande do Sul. Segundo as informações enviadas à Fetrafi-RS até o fim da tarde desta quinta-feira pelos 38 sindicatos filiados à entidade, o movimento atingiu 478 unidades de instituições públicas e privadas.
O diretor da Fetrafi-RS e integrante do Comando Nacional, Arnoni Hanke, destaca que a greve mostra a capacidade de organização e mobilização da categoria para garantir a reabertura das negociações com os banqueiros.
“Os sindicatos continuarão ampliando a greve em todo o Estado, buscando integrar o maior número possível de colegas ao movimento. A categoria não abre mão da melhoria da proposta apresentada pela Fenaban, que não condiz com a realidade dos bancos”, enfatiza Arnoni.
A motivação da greve
Após quatro rodadas de negociação realizadas ao longo de um mês e meio, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentou uma proposta decente para a definição da Convenção Coletiva de Trabalho 2013/2014.
Com a greve, o objetivo é ampliar a pressão sobre os bancos por aumento real de salários, PLR mais justa, valorização dos pisos e das verbas salariais, melhores condições de trabalho, Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) em todos os bancos, mais segurança contra assaltos e sequestros, garantia de emprego, ampliação do horário de atendimento bancário com dois turnos de trabalho, contratação de mais trabalhadores, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas e igualdade de oportunidades.