Bancários lançam Campanha Nacional com manifestações em Maceió

Imprensa, clientes e usuários apoiam mobilização nas agências

O centro financeiro de Maceió – concentrado na Rua do Sol e no calçadão do comércio – viveu um dia de intensa mobilização nesta sexta-feira (10), com o lançamento da Campanha Nacional dos Bancários 2012.

Durante toda a manhã e início da tarde, diretores do Sindicato dos Bancários de Alagoas realizaram manifestações nas agências para protestar contra as políticas salarial, de emprego, de segurança e de atendimento ao público praticadas pelas instituições financeiras, além de apresentar as reivindicações da categoria para este ano.

“Este é apenas o início da mobilização. Se os bancos não negociarem com seriedade e não atenderem nossas reivindicações, o caminho novamente será a greve”, avisou o presidente do Sindicato, Jairo França.

Segundo ele, o lançamento da campanha serviu para conclamar os bancários para a luta e para buscar o apoio da população, que também sofre com a exploração e o desrespeito por parte dos bancos.

O lançamento da campanha começou com um café da manhã na sede do Sindicato, onde foi concedida entrevista coletiva para a imprensa. Depois, foram visitadas todas as agências do Centro.

Nas manifestações, o Sindicato distribuiu um panfleto aos bancários, clientes e usuários, além de encenar uma peça de teatro denunciando o assédio moral, a falta de segurança, as metas abusivas e outras práticas condenáveis dos bancos.

A peça, que incorporou o tema da Campanha 2012 (CHEGA DE TRUQUES, BANQUEIRO!), mostrou o patrão vestido de mágico e o bancário vivendo momentos de tortura, hora com bombas de dinamites amarradas ao corpo, hora carregando caixas de medicamento (Diazepan).

As negociações entre os bancários e a Fenaban tiveram início na terça e quarta-feira (7 e 8), em São Paulo, abordando os itens emprego, saúde e condições de trabalho.

O Comando Nacional dos Bancários não obteve avanços nas primeiras discussões com a Fenaban, tendo novas reuniões agendadas para os dias 15 e 16.

“Demissões em massa, fechamento de postos de trabalho e alta rotatividade de mão de obra são os principais problemas enfrentados pelos bancários no que se refere a questão do emprego”, disse Jairo França. Ele lembrou a pesquisa divulgada na segunda-feira (6) pela Contraf-CUT e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que apontou uma queda de 80% na geração de empregos nos bancos, somente no primeiro semestre.

“O pior é que, para reduzir os custos com pessoal e aumentar o lucro, os bancos privados estão demitindo bancários antigos e experientes para contratar iniciantes, cujos salários são menores. Esta política reduziu sensivelmente a massa salarial da categoria nos últimos dois anos”, acrescenta Jairo. A pesquisa mostra que a diferença de vencimentos entre novos e antigos foi de 35,4%.

No que se refere à saúde, os maiores problemas enfrentados pelos bancários, segundo o Sindicato, são a sobrecarga de trabalho e as metas abusivas estabelecidas pelas instituições financeiras.

“O grande volume de trabalho e as metas inatingíveis têm provocado o adoecimento de um número significativo de trabalhadores, que adquirem Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou passam a sofrer distúrbios psicológicos”, denuncia o presidente da entidade.

Os distúrbios, segundo ele, surgem após cobranças ostensivas para o cumprimento das metas, que muitas vezes evoluem para o assédio moral. Atualmente, diversos bancários, diagnosticados com a síndrome do pânico, estão afastados do trabalho e recebendo auxílio da Previdência Social.

Nas negociações com a Fenaban desta semana, os bancários reivindicaram o fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, previdência complementar para todos e o fim da terceirização de mão-de-obra, entre outros itens.

No âmbito econômico, que entrará em negociação na próxima semana, a categoria quer reajuste salarial de 10,25% (o que significa aumento real de 5%), aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), piso equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38), Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos, e Auxílio-refeição, cesta-alimentação e auxílio creche/babá no valor de R$ 622,00 cada.

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