O Santander está arrancando o couro dos funcionários subordinados à superintendência de Alphaville, que engloba cidades da região oeste da Grande São Paulo como Osasco, Barueri, Carapicuíba e Itapevi.
Os bancários se queixam da cobrança exacerbada pelo cumprimento de metas e dos prazos curtos para a entrega dos resultados.
“A pressão é muito grande e o período é muito curto”, resume um bancário. “No mês passado, por exemplo, queriam que a gente batesse as metas até o dia 11. A gente deixa de resolver os problemas do cliente e da rotina diária para vender produtos e conseguir bater as metas”, relata.
Essa hierarquia de prioridades imposta aos funcionários ajuda a explicar a insatisfação dos clientes do Santander. Em maio foi o líder de reclamações de clientes, segundo o ranking do Banco Central que avalia as instituições financeiras com mais de um milhão de clientes. Em 2014, aparece no topo do levantamento em quatro dos cinco meses mensurados. No ano passado, foi campeão em oito dos 12 meses.
“A cabeça fica a mil, porque a gente deixa de fazer o que o cliente precisa para bater a meta, e se não consegue, ainda é penalizado e corre o risco de perder o emprego. Precisamos do emprego, temos filhos para criar”, desabafa um bancário.
A diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Solange Martins, conta que recentemente uma bancária pediu demissão porque não suportou a pressão intensa pelo cumprimento de resultados.
“Metas são compreensíveis, mas a maneira cruel como elas estão sendo exigidas não. Estamos acompanhando a questão e se continuar dessa forma vamos tomar as medidas cabíveis”, afirma a dirigente sindical.