Em assembleia que terminou na noite desta quinta-feira (22), os bancários do Rio de Janeiro rejeitaram os a proposta de 7,8% de reajuste (0,37% de aumento real) feita pelos bancos e decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira (27). Para a categoria o índice é rebaixado e não se justifica frente aos lucros recordes dos bancos. A campanha salarial é nacional e dela participam funcionários de bancos públicos e privados. Assembleias como a do Rio estão sendo realizadas, também hoje, em todo o país.
Os bancos também não avançaram em relação à participação nos lucros propondo a mesma regra da PLR do ano passado: 90% do salário mais R$1.100,80, com teto de R$ 7.181. Disseram não à reivindicação de um reajuste maior para o piso (o do ano passado foi de 16,3%) e a todas as propostas relacionadas à saúde, fim das metas abusivas de venda de produtos e do assédio moral e segurança bancária, apesar das mortes em saidinhas de banco e sequestros.
Reivindicações
Os bancários defendem 12,8% de reajuste salarial (reposição da inflação mais 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 4.500; piso de R$ 2.297,51 (salário mínimo do Dieese), tíquete-refeição e vale-alimentação de um salário mínimo cada (R$ 545), plano de carreira, cargos e salários e auxílio-educação, entre outras reivindicações.
Setor que mais lucrou no país
O setor financeiro foi o que mais lucrou no primeiro semestre deste ano. O lucro dos sete maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, HSBC e Safra) foi de R$ 26, 5 bilhões. O aumento foi de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. “Portanto, os bancos têm todas as condições de atender às reivindicações dos bancários”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar.
O setor de petróleo e gás lucrou no primeiro semestre deste ano, R$ 21,9 bilhões; mineração, R$ 21,8 bilhões; energia elétrica, R$9,6 bilhões; alimentos e bebidas, R$7,2 bilhões; e telecomunicações, R$4,9 bilhões.