Bancários do Rio paralisam agências e mandam recado aos bancos

Os bancários do Rio de Janeiro realizaram nesta segunda-feira, dia 3 de setembro, paralisações nas agências da Pio X e em unidades da Presidente Vargas, no centro da cidade. A atividade fez parte do Dia Nacional de Luta, organizado pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT. Os bancários receberam total apoio da categoria e da população.

“Este é um recado para os bancos. Caso as negociações não avancem nesta terça-feira, dia 4, estamos prontos para a greve”, disse o presidente do Sindicato, Almir Aguiar, que viaja para São Paulo e participará da mesa de negociação com a Fenaban.

Dias contados

O tempo dado pelos bancários para a Fenaban apresentar uma proposta decente se esgota nesta terça-feira. Caso os bancos não apresentem uma proposta global digna, a categoria poderá deflagrar greve nacional.

Os banqueiros estão com a pauta de reivindicações da categoria há mais de trinta dias. O presidente do Sindicato disse que o importante nesta hora é participar das atividades da campanha e garantir a unidade nacional.

“Caso os bancos não apresentem uma proposta justa não nos restará outra alternativa que não seja a greve. Mas é preciso manter a unidade nacional e organizar um movimento coeso com todo o resto do país e a Contraf-CUT. Só vamos avançar se lutarmos juntos com todos os demais sindicatos”, destacou Almir.

Reivindicações

A minuta de reivindicações dos bancários prevê um reajuste salarial 10,25%; PLR de três salários mais R$4.961,25 fixos; piso de R$ 2.416,38 (salário mínimo segundo o Dieese); auxílio-alimentação, tíquete-refeição e auxílio-creche/babá e 13ª cesta-alimentação de um salário mínimo cada (R$622), fim do assédio moral e das metas abusivas, mais segurança e o fim das discriminações de gênero, raça e orientação sexual.

Na última negociação, realizada no dia 29 de agosto, os bancos ofereceram 6% de reajuste salarial. O mesmo índice para o piso e para todas as verbas salariais. O Comando Nacional dos Bancários considera a proposta insuficiente.

O que avançou

Graças à mobilização dos bancários, alguns itens das negociações com a Fenaban avançaram. Os bancos aceitaram aperfeiçoar o instrumento de combate ao assédio moral previsto na Convenção Coletiva. Aceitam ainda pagar o salário do bancário durante o período em que ele recebe alta programada do INSS e é considerado inapto pelo médico do trabalho dos bancos, assim como nos casos de afastamento entre a licença-médica e a realização da perícia.

Outra proposta dos trabalhadores aceita é de instituir um projeto-piloto para testar medidas de prevenção contra assaltos e sequestros e melhorar a segurança das agências. Os bancários defendem a instalação de portas de segurança, biombos na frente dos caixas, proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes por bancários e o fim do transporte de numerário pelos trabalhadores.

Os banqueiros concordaram também com a proposta do Comando Nacional de realizar um novo censo na categoria bancária para avaliar se as medidas em defesa da igualdade de oportunidades, contidas nos planos de ação dos bancos após a divulgação do Mapa da Diversidade, estão produzindo resultados.

Os bancos prometeram apresentar uma posição sobre o Programa de Reabilitação Profissional (PRP), ainda na campanha deste ano.
O PRP está previsto na convenção coletiva desde 2009, mas até hoje nenhum banco aderiu.

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