Os bancários do Rio de Janeiro deram nesta terça-feira 21, mais uma demonstração de força e unidade. Paralisaram todas as 45 agências da Avenida Rio Branco, até o meio-dia, dando um claro recado aos banqueiros: ou avançam nas negociações ou a categoria vai entrar em greve. O protesto fez parte do Dia Nacional de Luta que a categoria realizou no dia de hoje com mobilizações em todo o país.
“Estamos reivindicando o que é justo, e o que temos direito. Se os bancos estão batendo recordes de lucratividade todos os anos, a grande responsável por isto é a categoria bancária, então, não se justifica toda esta intransigência”, afirmou o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.
O dirigente frisou que a paralisação dos 1.200 bancários nesta terça-feira foi uma advertência e um repúdio à enrolação e ao “chororô” da Fenaban. “Esperamos que nesta quinta rodada de negociação que acontece nesta quarta-feira, entre a Fenaban e o Comando Nacional em São Paulo, os bancos apresentem uma proposta decente”, afirmou a diretora de Imprensa do Sindicato, Vera Luiza Xavier.
A dirigente acrescentou que, caso isto não ocorra, aumentam as possibilidade dos bancários entrarem em greve. Não houve avanço, também, nas negociações específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Protesto foi nacional
O diretor da Secretaria de Base do Sindicato, Marcelo Pereira, lembrou que o protesto desta terça-feira foi nacional, com manifestações e paralisações nas principais cidades do país. “A capital paulista foi uma das que, como no Rio de Janeiro, também houve paralisação. Cerca de 6 mil bancários atrasaram a abertura de todas as 63 agências e das cinco concentrações do Centro Velho da capital”, afirmou o dirigente.
Até agora os banqueiros se resumiram a dizer não às principais reivindicações dos bancários, não apresentando, uma contraproposta sequer. A categoria reivindica reajuste de 11% (inflação do período mais aumento real), PLR de três salários mais R$ 4 mil, valorização dos pisos, elevação dos auxílios (refeição, alimentação e creche/babá), auxílio-educação e previdência complementar para todos os bancários, dentre outros itens.
Além disto, a categoria exige medidas para combater o assédio moral, o fim das metas abusivas, melhores condições de trabalho e emprego, mais segurança contra assaltos e seqüestros, proteção ao emprego, mais contratações, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários.