Cerca de 800 bancários participaram, na tarde desta quinta-feira, 18, de uma passeata na Avenida Rio Branco, da Candelária à Cinelândia, para lançar oficialmente a campanha salarial da categoria.
O ato foi marcado pela irreverência. Versões de marchinhas de carnaval embalaram a performance da Cia. de Emergência Teatral que levou à Av. Rio Branco o ato-desfile com o tema Os piratas do Brasil ou o Brasil dos piratas?. A população parou para ver o desfile, que atingiu seu principal objetivo: levar a campanha nacional para a rua.
Antes do ato-desfile, os presidentes dos sindicatos da base da Federação dos Bacnários de Rio de Janeiro e Espírito Santo (Feeb RJ/ES) estiveram na sede do Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro e fizeram a entrega da minuta de reivindicações. Teophilo de Azeredo Santos, que presidiu a entidade patronal por 26 anos, recebeu o documento. O banqueiro ressaltou que a crise econômica internacional não atingiu o Brasil e que dar aumento aos bancários é obrigação. “Mas temos que discutir um acordo possível”, ressaltou Teophilo.
Durante o ato em frente às escadarias da Câmara de Vereadores, Almir Aguiar, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, criticou o Banco Central e o governo federal, que, em função da crise internacional, defendem acordos coletivos com aumentos salariais que, no máximo, cubram a inflação. Os sindicalistas deixaram claro que não vão abrir mão do aumento real de salário, mesmo que para isso seja necessário uma forte greve nacional.
Os dirigentes sindicais destacaram que, este ano, além das tradicionais reivindicações, como índice de reajuste, PLR, saúde e segurança e combate ao assédio moral, uma grave questão se coloca para a Campanha Nacional dos Bancários: o projeto de lei que elimina restrições à terceirização e a nova normativa do BACEN sobre correspondentes bancários.
“Estas mudanças podem fragilizar a categoria bancária e é nossa obrigação manter a mobilização para evitar que isto aconteça”, ressaltou Fabiano Júnior, presidente da Feeb RJ/ES.