Bancários do Rio decidem greve por tempo indeterminado a partir do dia 18

Trabalhadores rejeitaram proposta de 6% de reajuste da Fenaban

Numa decisão importante para garantir a conquista das reivindicações da Campanha Nacional 2012, até agora rejeitadas pela Fenaban, os bancários do Rio de Janeiro aprovaram, nesta quarta-feira (12), entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 18. A decisão seguiu a orientação do Comando Nacional dos Bancários encaminhada também às assembleias da categoria realizadas nos demais estados do país, simultaneamente à do Rio.

“Nossa avaliação é que os bancos continuam tendo lucros acima dos demais setores da economia, não havendo por que manter a proposta de reajuste insuficiente de 6% para salários, PLR e demais verbas”, afirmou o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.

Ele acrescentou que, como em anos anteriores, somente uma forte greve dos bancários fará com que a Fenaban apresente uma proposta digna na mesa de negociação. “Esta parece ser a única linguagem que os banqueiros entendem”, considerou.

Bancos públicos

Nas negociações específicas, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal seguem o mesmo comportamento intransigente da mesa da Fenaban, sendo a greve fundamental para mudar esta situação.

Segundo o vice-presidente da Contraf-CUT, Carlos de Souza, que participa das negociações com o BB, o banco rejeitou todos os principais itens da pauta específica, como o respeito à jornada de seis horas e pagamento das 7ª e 8ª horas, entre outros.

“Mas, curiosamente, marcou nova negociação para o dia 14, ao saber da nossa intenção de deflagrar uma paralisação nacional por tempo indeterminado”, disse.

Ricardo Maggi, representante do Rio nas negociações com a Caixa Econômica Federal, afirmou que a empresa agiu da mesma forma. “Disse não a todas as reivindicações, entre elas Funcef e isonomia, não apresentando nenhuma contraproposta. Mas assim como o BB, nesta quarta-feira, ao meio-dia, marcou uma negociação para dia 14, após saber da orientação de greve dada pelo Comando Nacional”, contou.

Unidade da categoria

Para a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, a unidade que a categoria construiu ao longo do tempo será vital para assegurar mais uma ano de vitórias na campanha nacional dos bancários. “A união dos funcionários dos bancos privados e públicos fortalece a luta da categoria e aumenta a pressão para que as empresas avancem na mesa de negociação da Fenaban e nas específicas do BB e da Caixa”, argumentou.

Prazos legais

O advogado do Sindicato, Márcio Cordero, explicou, durante a assembleia, que a aprovação da paralisação a 72 horas da sua deflagração foi feita para cumprir a lei de greve e evitar contestações judiciais por parte dos banqueiros.

O movimento terá que ser ratificada por uma grande assembleia no próximo dia 17, que servirá, ainda, para organizar a categoria.

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