Às vésperas do início de mais uma greve dos bancários e bancárias de todo o país, a categoria do Pará e Amapá se reuniu na noite desta terça-feira (28) para organizar a paralisação que começa nesta quarta-feira (29) por tempo indeterminado.
“Nós (bancários e população) não somos números, somos pessoas e que merecemos respeito. Queremos a contratação de mais funcionários, para menos filas; mais segurança, fim das metas abusivas, do assédio moral e um reajuste digno para que possamos dar às nossas famílias melhores condições de vida. É por isso que cruzaremos os braços a partir de amanhã até que os banqueiros apresentem uma proposta que eles têm sim condições de nos dar”, afirma a presidente do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Desde o dia 1º desse mês tentamos chegar a um acordo, mas a única resposta que obtivemos foi não. Infelizmente a única forma de negociação que os banqueiros entendem é a greve”, destaca o vice-presidente da Contraf-CUT, Neemias Rodrigues.
São 7.500 bancários e bancárias nos dois Estados, mais de 450.000 em todo o Brasil contra a ganância dos banqueiros que disseram não ao reajuste salarial de 11% (inflação do período mais aumento real) proposto pela categoria, alegando que “o reajuste salarial de 11% é exageradamente alto”.
Em contrapartida, foi este setor o mais lucrativo entre as empresas de capital aberto na Bovespa no segundo trimestre de 2010, segundo dados da Consultoria Economática. Os 25 bancos com papéis na Bolsa lucraram R$ 10,1 bilhões e ficaram na frente do setor de petróleo e gás, que vem em segundo com resultado de R$ 8,5 bilhões.
Além das negociações a nível nacional, acontecem paralelamente as negociações específicas como as do Banco do Estado do Pará e do Banco da Amazônia, que diferente do Banpará, que tem avançado em todas as suas negociações, suspendeu a reunião do dia 17, informando apenas que a instituição seguirá o índice de reajuste salarial acordado com a Fenaban, sem data prevista para um novo encontro.
“Em resposta ao silêncio da direção do banco temos que nos mobilizar e aderir a greve até que nossas reivindicações sejam atendidas”, convoca o vice-presidente do Sindicato e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
Já o Banpará, apesar de avanços nas cláusulas sociais, não apresentou o mesmo no reajuste salarial e informou que vai seguir o que for proposto pela Fenaban.
Amapá
A categoria do Amapá aprovou também por unanimidade a greve a partir de amanhã e por tempo indeterminado. A decisão veio durante assembleia realizada nesta terça-feira na delegacia sindical da cidade. “Estamos juntos nessa greve e só voltaremos ao trabalho quando os banqueiros decidirem de fato negociar”, ressalta o diretor da delegacia sindical de Macapá, Samuel Bastos.
Assembleias
A partir das 17h durante todos os dias de greve, bancários e bancárias estão convocados para as assembleias organizativas que acontecerão na sede do Sindicato – Rua 28 de setembro, 1210 – Reduto.