Bancários do Itaú Unibanco se reúnem e exigem transparência na fusão

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco se reuniu nesta quarta-feira, 1° de setembro, na sede da Contraf-CUT, para buscar solução das pendências e transparência nas questões pós-fusão. Entre os principais pontos discutidos, estão os problemas com os programas de remuneração variável e o assédio moral praticado na empresa.

Programas de remuneração variável

A insatisfação dos funcionários com os programas Agir e RR é grande, e aumentou com os problemas do pagamento feito no dia 17, quando muitos funcionários receberam valores incorretos. O movimento sindical cobrou do banco a correção dos valores, o que foi feito parcialmente.

“O banco precisa dar mais transparência aos programas, de forma que os bancários possam saber os critérios para a definição dos valores que recebem”, afirma Jair Alves, um dos coordenadores da COE Itaú Unibanco. Além disso, os bancários também denunciam que estão sendo explorados e até mesmo demitidos em função das questões decorrentes dos programas.

Assédio Moral

Os bancários afastados por doenças ocupacionais têm relatado perseguição e isolamento quando retomam suas atividades. Muitos trabalhadores não conseguem ter mais acesso a sua carteira de clientes, não retomam o cargo, enquanto outros são transferidos para localidades distantes de suas residências.

PCS

A comissão ainda discutiu as questões do Portal de Oportunidades de Carreiras (POC) e o Portal do Unibanco. Os trabalhadores cobram mais transparência no processo de realocação dentro do banco.

“Muitos trabalhadores não conseguem as vagas para que se candidatam e o banco não tem uma explicação para isso. É preciso que o programa tenha critérios claros”, diz Jair. “A transparência que cobramos durante a fusão não está acontecendo. Principalmente no que diz respeito ao processo de realocação, que ocorre sem a participação dos representantes dos trabalhadores” diz.

Os trabalhadores defendem ainda a construção de um Plano de Cargos e Salários (PCS), inexistente no banco. “Enquanto nada é definido, os problemas só tendem a aumentar. Há gerentes do Unibanco que tiveram o cargo rebaixado após a fusão. Os caixas recebem salário inferior aos bancários oriundos do Itaú, e ninguém sabe explicar qual é o critério para isso”, afirma Jair.

Sobrecarga de trabalho

Os bancários também reclamam do excesso de trabalho ocasionado pela falta de funcionários nas agências para atendimento aos clientes. As contratações que são feitas pelo banco são apenas para cargos de gerência, enquanto os caixas e assistentes estão sobrecarregados.

“A política do banco tem reduzido significativamente o quadro de bancários que atuam nos caixas e nas áreas operacionais. Apenas a realocação não resolve esse problema. Há falta de caixas em todo o país, enquanto os maiores centros administrativos fica em São Paulo. O banco precisa contratar em outros locais para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes”, defende Adma Gomes, diretora do Sindicato dos Bancários do ABC.

Os membros da COE lembraram que os temas debatidos na reunião estão entre as prioridades listadas na minuta de reivindicações entregue ao banco pela Contraf-CUT, em 24 de fevereiro. “Precisamos retomar as negociações específicas com o banco para buscar soluções para este problemas”, defende Jair. A pauta foi definida durante o Encontro Nacional de Dirigentes Sindicais do banco, realizado em dezembro, em São Paulo. Veja os itens a serem negociados:

– Saúde e Condições de Trabalho
– Plano de Cargos e Salários (PCS)
– Garantia de Emprego
– Igualdade de Oportunidades

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