No Itaú Unibanco de Patos de Minas, os funcionários vêm trabalhando em um ambiente caótico. O espaço está em reforma há algunas dias para adequar-se, a toque de caixa, ao novo layout da instituição. Desde então, a agência vem funcionando em situação bastante precária.
“O cliente necessita de nossos serviços e precisamos atendê-lo”, diz uma bancária. Na quarta-feira, 1 de setembro, o problema se agravou: os vidros blindados não haviam sido instalados e a agência trabalhou completamente exposta.
Magna Vinhal, presidenta do Sindicato dos Bancários de Patos de Minas, foi ao local após receber reclamações dos bancários e ficou alarmada com o que viu. O acesso aos caixas está sendo feito praticamente na rua, separados apenas por uma fita de segurança. Não havia reforço de vigilantes, nem a presença de policiais militares.
Dentro da agência, usuários e funcionários se misturavam aos materiais da obra e de escritório. Acima dos caixas não havia forro, deixando expostos fios e tubulações.
“Não concordamos com essa atitude irresponsável do banco, que coloca em risco a integridade física de funcionários, clientes e vigilantes”, indignou-se Magna. “Queremos pessoas em primeiro lugar, e em um ambiente de trabalho salubre e em condições de funcionamento seguro”, completou a presidenta.
Fusão – Muito pó, sujeira, movimentação de trabalhadores da obra e furadeiras fazendo barulho durante o expediente. A cena se repete em todo o país. Para as duas empresas, porém, a fusão trouxe diversos benefícios. O lucro líquido ajustado do banco subiu de R$ 17 bilhões em 2008 para R$ 35 bilhões em 2009.
Da mesma forma, os dividendos dos acionistas aumentaram de 25% para 33% do lucro, e a PLR dos altos executivos passou de R$ 121 milhões para R$ 225 milhões. Para os funcionários, que esperavam ver seu trabalho valorizado, restou a frustração. A diminuição no quadro aumenta a sobrecarga de trabalho dos bancários. Roberto Setúbal e Paulo Moreira Salles não cumpriram a palavra de que não haveria demissões.