Bancários do Espírito Santo votam greve nacional a partir do dia 19

Trabalhadores mobilizados contra intransigência dos bancos

Os bancários do Espírito Santo aprovaram por unanimidade a adesão à greve nacional da categoria, que terá início a partir do dia 19. A decisão foi tomada em assembleia geral nesta quinta-feira, 12, no Centro Sindical dos Bancários, em Vitória.

As negociações da Campanha Nacional 2013 tiveram início no dia 21 de agosto. Após quatro rodadas de debate, não houve acordo entre o Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

A entidade patronal apresentou proposta de apenas R$ 6,1% de reajuste salarial – frente aos 11,93% requeridos pelos bancários – e negou praticamente todas as reivindicações da categoria sobre os eixos de saúde e condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidades, emprego, fim das metas, fim da rotatividade e das demissões e fim da terceirização.

O coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Carlos Pereira de Araújo (Carlão), destacou as motivações da paralisação. “Essa não é uma greve apenas por salário, é uma greve por dignidade. Os bancários não aguentam mais as metas, as péssimas condições de trabalho, a pressão e o assédio moral. Temos que multiplicar a nossa mobilização e retomar a greve de rua e as manifestações, para garantir avanços concretos nas negociações”, diz Carlão, que integra o Comando Nacional dos Bancários.

PL 4330 é pauta prioritária

Além de debater a pauta específica da categoria, os bancários discutiram as consequências do PL 4330 e a necessidade de impedir a aprovação do projeto.

“Essa Campanha Salarial tem um diferencial em reação aos anos anteriores, que é a necessidade de combater o PL 4330, que libera a terceirização no país. Nacionalmente os bancários estão à frente dessa discussão e é um desafio nosso mobilizar as demais categorias de trabalhadores e toda a sociedade”, argumenta Carlão.

Se aprovado, o PL 4330 liberará a terceirização no país, inclusive para a atividade fim das empresas. Para os bancários, as consequências serão desastrosas, já que a maior parte da categoria, incluindo caixas e gerentes, poderá ser contratada de forma terceirizada, perdendo direitos históricos consolidados na Convenção Coletiva de Trabalho e nos acordos específicos.

Nova assembleia

Os bancários se reúnem novamente no dia 18 para discutir a organização da greve. A assembleia será às 18h30, no Centro Sindical dos Bancários (Rua Ithobal Rodrigues Campos, 125, Forte São João, Vitória).

Principais reivindicações dos bancários

– Reajuste salarial de 11,93%.

– PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

– Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

– Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

– Melhores condições de trabalho, fim das metas e do assédio moral.

– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

– Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias; contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

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