A partir desta quarta-feira, 29, os bancários capixabas entram em greve, conforme orientação do Comando Nacional dos Bancários. O movimento é fruto do impasse nas negociações da Campanha Salarial 2010. Os bancários estabeleceram como prazo para a apresentação de uma nova proposta patronal a última segunda-feira, 27. Mas a Federação Nacional dos Bancos manteve-se calada, levando a categoria à greve nacional.
Concentração
Na assembleia organizativa realizada nesta terça-feira, 28, em Vitória, os bancários definiram os pontos estratégicos do primeiro dia de paralisação. “Greve por tempo indeterminado é um movimento de adesão. A insatisfação tende a crescer se os banqueiros continuarem calados. Contamos com a solidariedade e apoio dos clientes que sempre estiveram conosco, compreendendo que a greve é conseqüência da postura dos banqueiros na mesa de negociações”, afirma o coordenador geral do Sindicato dos Bancários/ES, Jessé Alvarenga.
A única proposta apresentada verbalmente até então pela Fenaban é a reposição da inflação do último ano, que corresponde a um percentual de apenas 4,29%. Os bancários querem 11% de reajuste.
Além do índice, a Fenaban nada falou em relação às reivindicações relativas a condições de trabalho; saúde dos trabalhadores; combate ao assédio moral; mais segurança nas agências; valorização do piso salarial e da PLR; criação de planos de cargos e salários; reajuste salarial compatível com os lucros do setor financeiro; contratação de mais bancários para diminuir as filas e o fim dos correspondentes bancários, com a substituição desses por novas agências.
Lucro crescente
A evolução do lucro dos bancos mostra que o patronato pode atender às reivindicações dos bancários. No primeiro semestre deste ano, os bancos BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander tiveram, juntos, um lucro líquido de R$ 21,3 bilhões.