Trabalhadores rejeitaram propostas insuficientes dos bancos
Em assembleia lotada, bancários e bancárias capixabas aprovaram a adesão à greve nacional da categoria a partir da próxima terça-feira, dia 30. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, dia 25, no Centro Sindical dos Bancários, em Vitória.
A votação foi quase unânime, com 254 votos favoráveis à paralisação e apenas um contrário. A greve será por tempo indeterminado.
Depois de sete rodadas de negociação, não houve acordo entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que recusou os principais pontos da pauta dos trabalhadores.
O índice reivindicado pela categoria é de 12,5%, mas a Fenaban propôs um índice rebaixado de apenas 7% para salário, PLR e auxílios refeição, alimentação e creche, e 7,5% para o piso. Os índices foram considerados insuficientes, estando muito aquém das expectativas da categoria.
“A Fenaban apresentou proposta um pouco acima da inflação, mas o índice não atende as demandas da categoria, nem faz jus à alta lucratividade do setor bancário. Existe possibilidade de avançar mais e temos que fortalecer a mobilização para garantir conquistas maiores”, diz Carlos Pereira de Araújo (Carlão), coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, que representa a entidade no Comando Nacional.
Carlão também criticou a ausência de respostas a reivindicações centrais da pauta dos trabalhadores, como fim das metas e do assédio moral, contratação de mais bancários, igualdade de oportunidades e segurança.
“Há um adoecimento geral na categoria e o eixo de saúde e condições de trabalho é uma das prioridades. Fizemos um debate profundo com os bancos sobre a necessidade de mudar essa realidade de pressão e de assédio moral – problemas que fazem parte da estratégia de gestão dos bancos -, mas não houve proposta patronal. Também é urgente a garantia do emprego, com contratação de mais bancários, fim da terceirização, das demissões e da rotatividade, mas nenhum desses pontos foi atendido”, enfatizou.
“Os bancos não nos deixam outra opção a não ser a greve. A postura dos banqueiros e do governo federal é vergonhosa e revoltante. Só com uma forte mobilização vamos garantir conquistas efetivas. É hora de irmos para a rua. Todos à greve!”, concluiu a bancária da Caixa e diretora do Sindicato, Renata Garcia, convocando a categoria para o movimento paredista.
Nova assembleia
Na próxima segunda-feira, dia 29, o Sindicato promove nova assembleia para organizar o movimento paredista. A atividade será às 18 horas, no Centro Sindical dos Bancários.