Mobilização contra demissões no Ceará
Os bancários do Ceará realizaram na terça-feira (19) mais um dia de protesto contra as demissões no Itaú Unibanco. Desta vez houve paralisação, durante todo o dia, na agência da Praça dos Correios, em frente ao Museu do Ceará, no Centro de Fortaleza. Ao som da música Sabiá, de Luiz Gonzaga, exatamente no trecho alivia minha dor (sabiá), tem pena d’eu (sabiá), os transeuntes tiveram a exata medida da situação do funcionalismo da empresa.
A atividade fez parte do Dia Nacional de Luta contra as demissões no Itaú Unibanco em todo o país. Durante a manifestação, houve uma dramatização entre personagens de uma bancária e um banqueiro (os atores Carlos Alves e Cleomir Alencar), da Trupe Tramas de Teatro. Na performance, o público presente na Praça dos Correios tomou conhecimento de como está o ambiente de trabalho no banco.
Além disso, foram distribuídos abacaxi durante o ato. Não um abacaxi verde, difícil de descascar, mas um abacaxi com sabor que os funcionários do Itaú e a sociedade brasileira tanto querem. “É com demissão, é com opressão, é um verdadeiro abacaxi de casca dura esse Itaú Unibanco. Mas nós bancários vamos oferecer um abacaxi descascado e doce”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e funcionário do banco, Alex Citó.
Demissões inexplicáveis
O diretor Alex Citó explicou o drama vivido pelo funcionalismo do Itaú, usando como exemplo um companheiro que tirou o primeiro lugar no AGIR (Ação Gerencial Itaú para Resultado) em janeiro, segundo lugar em Fevereiro e em março teve como prêmio a demissão. O diretor disse ainda que no Ceará, já foram 29 demissões.
“Um prejuízo também para a sociedade. Nas agências vemos caixas sem funcionários e as filas aumentando cada vez mais. É uma demissão que não é justificável”, avaliou o diretor.
O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra Marques, ressaltou a atuação da entidade contra a atual política do Itaú Unibanco. “O papel do Sindicato é esse: fechar a agência, dialogar com a sociedade e com a população e denunciar. A postura do banco não mudou. Então é o momento de enfrentamento e para os bancários é mais um momento de luta. Isso sinaliza que a Campanha Nacional de 2011 será uma campanha onde a participação do bancário, o diálogo com a sociedade e os compromissos relacionados às nossas reivindicações no tocante ao emprego, emprego decente e uma remuneração digna e com condição de trabalho serão os pontos prioritários dos bancários”, concluiu.