Bancários do Ceará “enterram” interdito do Bradesco com cortejo fúnebre

Protesto ocorreu nas agências do banco no centro de Fortaleza

O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou nesta quarta-feira (5), nono dia de greve, um cortejo fúnebre pelo Centro de Fortaleza para protestar contra o interdito proibitório solicitado pelo Bradesco na Justiça do Trabalho para frear o movimento grevista.

O protesto, que passou por quatro agências do Bradesco, aconteceu com direito à marcha fúnebre, velório, viúva, carpideiras e padre. O cortejo fúnebre seguiu pelas ruas do Centro e dentro das unidades houve o velório simbólico de um cliente morto pela exploração do banco.

O Bradesco solicitou a intervenção da Justiça do Trabalho, por meio de um interdito proibitório, para impedir que o Sindicato feche as portas das agências e fortaleça o movimento grevista – já que os próprios funcionários são coibidos moralmente de aderir à greve.

“O interdito não tem nada a ver com a lei de greve, mas o banco conseguiu convencer a Justiça, que concedeu o interdito em dois dias. E, então, nos perguntamos: “que postura é essa da Justiça brasileira?”, questionou Robério Ximenes, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco.

O Sindicato acredita que com essa iniciativa, o Bradesco usa a Justiça como escudo para resguardar sua posse e não lançar propostas decentes para a categoria. “Essa mesma Justiça do trabalho é inoperante para obrigar o Bradesco a implantar portas giratórias e a cumprir a lei das filas”, denuncia Marcos Saraiva, diretor do Sindicato, em meio à encenação do velório de um cliente explorado pelas altas tarifas e altos juros cobrados pelo banco.

A manifestação foi acompanhada pela marcha fúnebre e apresentação artística de dois emboladores cantando o cordel “A Peleja do Monstro Presença para Derrotar a Deusa Greve”, que conta toda a história de intransigência do Bradesco.

Clique aqui para ver o cordel.

A população foi esclarecida sobre o movimento grevista, que mesmo discordando do interdito, cumpre as ordens da Justiça. Mas não irá desistir de apontar a atitude exploradora do Bradesco, que, assim como outros bancos, silencia na mesa de negociação. “O banco tenta nos intimidar. Mas não adianta o silêncio do banco nem a força da Justiça. Não vamos nos calar”, afirmou Gabriel Motta, diretor do Sindicato e funcionário do banco.

Para Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú: “se já não bastasse a exploração do trabalhador, o Bradesco usou agora um artifício judicial para frear nossa greve. Mas de forma ordeira e pacífica continuaremos com nossa paralisação”.

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