Bancários denunciam novos casos de violência e abuso policial em Porto Alegre

Os diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e trabalhadores em greve relataram na terça-feira, dia 5, novos casos de violência por parte dos policiais da Brigada Militar, comandados por advogados do Itaú Unibanco. Ameaças e ofensas pessoais foram registradas em agências localizadas na avenida Assis Brasil. No bairro Bom Fim, os policiais passaram para avisar que se encontrarem alguém em greve nesta quarta-feira vão abrir as agências.

O diretor Jurídico do SindBancários e funcionário do HSBC, Lucio Mauro Paz, lembra aos dirigentes e grevistas que caso recebam ameaças ou intimidações, tentem anotar o número da viatura policial ou o nome do policial, fixado no lado esquerdo do peito.

No final da manhã desta terça, o funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Gilnei Vestal, foi até a 9ª Delegacia de Polícia Civil fazer uma queixa contra um policial militar, visando resguardar a sua integridade física e moral.

“Estou me sentindo ameaçado. O que o policial fez é pior do que nos tempos da ditadura. Estávamos no Itaú Unibanco, da esquina da Roque Calage, quando os PMs chegaram arrancando as faixas. Emparedaram os rapazes, colocaram dentro do camburão e levaram os colegas até a DP”, relatou Gilnei.

Na delegacia, ele buscou saber o motivo das detenções, uma vez que ninguém estava impedindo o direito de ir e vir da população. “Um capitão disse que se eu era grevista iria me prender.”

Gilnei respondeu ao policial se ele tem costume de prender trabalhador, que ficasse à vontade. “Disse para ele que a nossa greve é pacifica e não tinha nenhum motivo para repressão”.

Segundo o dirigente sindical, “ele veio para cima, mandou eu apagar o que tinha gravado no celular e ameaçava de que eu teria que engolir o telefone. Por fim disse: Eu odeio grevista! Foram muitas ameaças e intimidações”, completa Gilnei.

Após os depoimentos e o registro policial, todos foram liberados. “Na qualidade de trabalhador e diretor do Sindicato, decidimos fazer o registro para resguardar a integridade física e moral do nosso dirigente. Os policiais civis testemunharam quando o PM disse que odiava grevista. De posse da ocorrência, vamos apresentar os documentos aos parlamentares gaúchos e fazer um registro formal dessas denúncias junto ao Comando da Brigada Militar”, assegura Lucio Mauro.

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