A notícia sobre a falta de proposta de aumento real na rodada de negociação de quarta-feira 22, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, caiu como uma bomba entre os trabalhadores. O descaso dos bancos com as reivindicações de seus funcionários provocou revolta entre os trabalhadores.
Muitas mensagens chegaram ao Sindicato dos Bancários de São Paulo pelo site, demonstrando a indignação da categoria e a disposição de partir para a greve, caso não seja apresentada, até o dia 27, uma proposta que atenda às reivindicações que já foram debatidas em cinco rodadas de negociação.
“Somos mais de 130 mil em São Paulo, 460 mil em todo o Brasil. Ou seja, temos uma imensa capacidade de mobilização. Organizados, ao lado do Sindicato, podemos arrancar dos bancos uma proposta digna do nosso trabalho e da riqueza que geramos para essas instituições financeiras”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Sem a força do nosso trabalho, os bancos não são nada.”
Veja abaixo algumas mensagens de bancários:
“Os banqueiros parecem brincar com os bancários. Proponho uma união maior dos bancários e uma pressão maior. A categoria bancária trabalha em condições absurdas, sem a devida valorização e compensação. Se os banqueiros querem brincar, vamos usar neles o mesmo veneno.”
“4,29% não tapa nem o buraco do dente. Greve já”
“Todo ano é a mesma coisa, o mesmo lenga-lenga. Essa raça de banqueiros não presta mesmo. São os piores patrões que existem. Por mais que lucrem às custas do sofrimento dos bancários, se pudessem não dariam nada de aumento. Vamos para a greve, pois só assim para arrancar alguma coisa a mais.”
“Na edição de 17 e 20 da Folha Bancária, na página 3, segunda coluna, foi relatado que representantes dos banqueiros disseram, levianamente, que muitos bancários transformam VR em VA porque não precisam. Pessoas como essas envergonham, inclusive, a classe patronal.”
“Qualquer bancário, de qualquer banco, independente da função que sustente, deve estar pronto pra enfentar esse desrespeito por parte da Fenaban. Se nossos esforços diários para cumprir metas absurdas não são o suficiente para merecermos reconhecimento por parte dos banqueiros, é hora e ir pra a GREVE!!!! Disposição, união e muita garra a partir do dia 29! GREVE já!”
“Nosso trabalho tem o seu reconhecimento no retorno financeiro que recebemos. Como não recebemos nada, até porque 4,29% é piada, nada de trabalho também. Greve já!!!”
“A revolta da categoria bancária é justa, porém pergunto: quantos terão coragem para transformar o sentimento de indignação em efetiva mobilização? Basta de medo e omissão, se queremos mudanças vamos à luta.”
“É realmente revoltante a postura dos banqueiros nas negociações. Completo desrespeito! Enquanto o IBGE apurou, em agosto, um aumento médio real de 8,8% nos salários dos brasileiros, em relação a agosto de 2009, com o setor de construção apresentado crescimento de 9,3%, o setor financeiro, um dos mais lucrativos, tem a desfaçatez de dizer que um aumento real de menos de 7% (11% = reposição + aumento real) para a categoria é ‘inviável’. Ora, a considerar os dados do IBGE, o aumento real é que deveria ser de 11%. Essa indisposição dos banqueiros em apresentar propostas justas e decentes é lamentável, convidativa à greve e motivadora (parece que com prazer) de um desgaste e insatisfação intensos de funcionários e clientes. Não querem clientes encantados, fidelizados, rentabilizados? Então, o discurso não está divergindo da prática?”
“Uma vergonha esta proposta dos banqueiros. Nunca os bancos estiveram tão capitalizados e em situação tão confortável. Houve a crise mundial e nenhum banco brasileiro sofreu sequer um arranhão.”
“É um absurdo a falta de proposta que vislumbre aumento real. Os banqueiros esquecem que através do trabalho dos bancários é que eles conseguem lucros tão altos.”
“É lamentável e triste constatar que, como bancária, funcionária do Banco do Brasil, não mereço o menor respeito, a menor atenção do meu patrão. Como posso encorajar um filho meu, ou mesmo um parente ou amigo, a trabalhar no BB ou em qualquer outra instituição financeira? Se assim fizer, será como se estiver desejando-lhes um mal. Que coisa triste! Diante de tal constatação e das últimas lastimáveis rodadas de negociações não nos resta outra saída, senão a GREVE. Vamos à LUTA!!!”