Bancários de São Paulo aprovam por unanimidade greve a partir do dia 30

Sem nova proposta, assembleia decide paralisar as atividades

Os bancários de São Paulo vão parar! Assembleia da categoria realizada na noite de quinta-feira 25, com 1.500 bancários, decidiu por unanimidade pela greve por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro. Os maiores sindicatos do país também votaram pela paralisação nessa data.

Na segunda 29, os trabalhadores fazem outra assembleia para organizar o movimento grevista ou apreciar uma nova proposta, caso os bancos venham a apresentá-la.

Levados à greve

Este é o 11º ano consecutivo em que os trabalhadores estão sendo levados à greve pelos bancos. A pauta de reivindicações da categoria foi entregue à Fenaban em 11 de agosto.

De lá para cá foram realizadas sete rodadas de negociação, mas os bancos pouco avançaram nos debates, apesar da insistência do Comando Nacional dos Bancários que apresentou uma série de números que comprovam: eles podem atender às reivindicações de seus empregados.

No dia 19, uma proposta econômica foi feita pelas instituições financeiras, com reajuste de 7% para salários, PLR, vales e auxílios e 7,5% para o piso. O índice foi considerado insuficiente pelo Comando, que comunicou isso à federação dos bancos na mesa de negociação.

“Além disso, a Fenaban não trouxe respostas para questões fundamentais como o fim da pressão pelo cumprimento de metas absurdas, das demissões e da sobrecarga de trabalho, mais segurança para clientes e funcionários, e igualdade de oportunidades na ascensão profissional”, lembra a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.

“Nossa greve não é só por aumento salarial. Os bancos podem e devem resolver essas questões que estão diretamente relacionadas ao modo de gestão dessas empresas. Isso precisa mudar porque os bancários estão adoecendo, não aguentam mais!”, afirma Juvandia.

A dirigente sindical destaca, ainda, a excelente saúde financeira do setor, com lucros e ganhos com tarifas em alta, expansão nas carteiras de crédito. “Sem proposta que contemple aumento real maior, inclusive para piso, PLR e vales, e solução para esse quadro de injustiças, os bancários vão parar”, reforça Juvandia.

Negociações específicas

As negociações com os bancos públicos também não avançaram.

“Na Caixa, além de não trazerem proposta para mais contratações de bancários, isonomia, carreira e respeito à jornada, não querem garantir nem o pagamento da PLR Social”, relata Dionisio Reis, diretor do Sindicato e integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

Com o Banco do Brasil não foi diferente. “Nada de resposta para reivindicações dos bancários para melhoria do PCR (Plano de Carreira e Remuneração), mudança do interstício para 6% na carreira, inclusão dos escriturários na carreira do mérito, mais contratações, melhorias para o SAC (Serviço de Apoio ao Cliente), CABB (Central de Atendimento) e PSO (Plataforma de Suporte Operacional), entre outras”, explica o diretor do Sindiato, Claudio Luis de Souza, que é integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

“Ou seja, por mais um ano, os bancos estão perdendo a oportunidade de resolver a campanha na mesa de negociação. Mas os bancários não fogem à luta. São 11 anos seguidos avançando nas conquistas e garantindo direitos com muita mobilização. Se não apresentarem proposta que atenda às nossas reivindicações, os empregados de bancos vão parar em todo o Brasil. Unidos vamos fazer uma grande greve”, completa a presidenta do Sindicato.

Assembleia dia 29

Os bancários fazem assembleia organizativa na segunda-feira 29, também na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé). Participe! Todos os locais de trabalho devem estar representados para organizar a greve que terá início no dia 30. Leve crachá do banco e documento com foto para o credenciamento. Faça sua parte na luta!

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