Bancários de São Paulo abrem alas à licença-maternidade de seis meses

Milhares de pessoas que transitavam pelas ruas do Centro Velho de São Paulo, nesta quinta-feira, dia 11, não só apreciaram, como deram passagem ao irreverente Bloco dos Bancários, que contou com três alas: “Licença-maternidade é conquista”, “Não demita meus pais”, e “Estabilidade para os pais”.

O bloco entrou em agências do HSBC e do Santander para protestar. Apesar da ampliação da licença-maternidade para 180 dias estar prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária – conquista da última campanha salarial após negociações e greve -, os dois bancos continuam desrespeitando esse direito. Diferentemente das outras empresas, por estar na CCT, as instituições financeiras têm o dever de conceder a licença ampliada às bancárias que solicitarem.

“Os bancos têm de respeitar o direito, não é facultativo como para outros setores”, explica o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Vamos continuar cobrando e adotando medidas legais cabíveis para que todos os bancos cumpram esse direito”, destacou.

Para a diretora da Contraf-CUT Elaine Cútis, que participou da atividade, foi uma oportunidade importante de levar tema fundamental como esse até as pessoas de forma lúdica. “A passeata foi muito bem recebida por todos. Vamos continuar lutando para que todas as brasileiras tenham esse direito”, disse.

Pode virar lei

O bloco dos bancários saiu às ruas um dia depois de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta de quatro meses para seis meses o período obrigatório da licença-maternidade ter sido aprovada em comissão especial do Câmara dos Deputados, em Brasília.

“O direito à licença-maternidade de seis meses é uma segurança para toda a família. E a responsabilidade sobre as crianças é da sociedade”, disse Érica Simões, diretora do Sindicato. Ela destaca que no ano passado, os bancários cobravam a ampliação da licença e conquistaram. “Agora temos de garantir que todos os bancos cumpram e que o direito seja estendido também aos pais.”

População apoia Bloco dos Bancários e seis meses de licença-maternidade

“Levava os filhos comigo. Carregava, amarrados à cintura. Amamentava nos intervalos da colheita de laranja. Com a licença-maternidade teria sido melhor”.
Ivone Maria de Lima, agricultora, 13 filhos

“Quando a gente volta ao trabalho, o leite começa a diminuir. Eu poderia ter amamentado até os seis meses, mas na época a licença era de quatro meses”.
Damaris Camila Boschi, auxiliar de escritório, dois filhos

“Não tenho filhos, mas acho que a licença tem de ser de seis meses. A criança precisa mais dos pais do que o trabalho”.
Berenice de Assis

“Com seis meses a criança está mais desenvolvida e mãe pode voltar ao trabalho. Minha esposa ficou só três meses, como era na época. Acho que o pai tem de ficar mais tempo com a esposa e o filho recém-nascido. Nesse momento eles precisam de assistência. Tem pai que mal consegue ver filhos durante a semana”.
João Vanildo, vendedor

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