A presença simbólica dos presidentes Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles marcou a terceira atividade no Itaú Unibanco neste mês de julho. Os bonecos dos banqueiros simbolizaram a mentira e a farsa dos executivos que, em 2008, quando ocorreu a fusão entre os dois bancos, prometeram a preservação dos empregos. A atividade nesta terça-feira (19), ocorreu na Esquina Democrática, em frente à agência Andradas, que abriu ao público apenas às 12h.
Além do atraso na abertura, a manifestação denunciou as demissões de funcionários, imposição de metas abusivas, assédio moral, jornada excessiva e desrespeito aos clientes e usuários do Itaú Unibanco, que pagam taxas e tarifas abusivas. Também ocorreram atos no banco nos dias 5 e 12 de julho.
Participaram diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e da Contraf-CUT.
“Estamos nas ruas para informar à população sobre as mentiras que o Itaú Unibanco conta aos seus funcionários. Chega de demissões. Enquanto veicula propagandas sobre sua suposta sustentabilidade, demite trabalhadores eficientes, pais de família. A responsabilidade social começa em casa”, observa o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco, Antonio Augusto Borges, o Guto. “Os presidentes estão aqui neste ato. Simbolicamente, estamos mostrando à sociedade quem são os responsáveis por tudo isso, ou seja, as demissões que ocorrem e ameaçam os trabalhadores”, acrescentou.
Para o secretário-geral do Sindicato, Sandro Rodrigues, o ato desta terça serviu para repudiar as demissões, que são mais de 4 mil em todo o país. “Eles prometeram manter os postos de trabalho e hoje acontece o contrário. Eles praticam uma política espúria, com assédio moral, desvio de funções, perseguição e demissões”, denunciou o dirigente.
“Esta é mais uma atividade de mobilização para denunciar a irresponsabilidade de Setubal e Moreira Sales, que sinalizaram que não aconteceriam demissões. Hoje eles viram às costas e demitem. Não vamos aceitar mais esse ataque aos trabalhadores, manteremos vigilantes e bancários mobilizados até que possamos interromper esse processo”, declarou o diretor da Fetrafi-RS, Amaro Silva de Souza.
“Mais uma vez estamos em frente ao Itaú Unibanco para mostrar ao público as demissões que estão ocorrendo sem nenhum critério. Vamos manter a mobilização até que a diretoria do banco venha negociar com o movimento sindical e conversar para colocarmos um basta nestas demissões”, comentou o diretor Administrativo do Sindicato, Célio Romeu dos Santos, funcionário do Itaú.
A falta de negociações e o aumento das demissões preocupa o diretor da Contraf-CUT, Ernesto Humberto dos Santos. O funcionário do banco disse que mais atos ocorrerão, enquanto o banco não abrir o diálogo. “São demissões sem justificativas. Os bancários estão apreensivos com esta ameaça, além de prejudicar o rendimento profissional e provocar doenças físicas e mentais”, completa.