Assembleia mostra disposição de luta dos gaúchos
Em uma demonstração de unidade e mobilização, os bancários de Porto Alegre lotaram o salão paroquial da Igreja Pompéia nesta quinta-feira, dia 22, em assembleia que deflagrou greve por tempo indeterminado a partir da meia-noite de terça, dia 27. A categoria volta a se reunir em assembleia na segunda, dia 26, às 19h, no mesmo local, para organizar o movimento grevista.
Todos os bancários se mostraram a favor da paralisação e demonstraram descontentamento com o índice de 7,8%, apresentado pela Fenaban. Os bancos mantiveram seus lucros nas alturas no primeiro semestre de 2011 e ainda se negam a atender as reivindicações dos bancários. A exigência é de melhores condições de trabalho e de um tratamento digno para quem contribui para essa rentabilidade. Diante da intransigência, a categoria decretou a greve.
Além do presidente do SindBancários, Mauro Salles, a mesa da assembleia foi composta pela secretária-geral, Rachel Weber, o diretor Jurídico Lúcio Mauro Paz e o diretor Guaracy Gonçalves.
A assembleia
Inicialmente, a assembleia concedeu espaço para os informes das negociações com a Fenaban, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banrisul. Depois, abriu espaço para deliberações do plenário e, por fim, votou pela decretação da greve.
Mauro lembrou que a proposta da Fenaban é um mísero percentual se comparada com a lucratividade dos bancos no primeiro semestre. “Se os lucros crescem, a PLR precisa avançar e garantir uma distribuição mais justa para a categoria. Não veio uma proposta que contemple nossas reivindicações. No dia 26 haverá uma nova assembleia para organizarmos uma grande greve em Porto Alegre e no Brasil caso não tenhamos uma melhor proposta da Fenaban na sexta”, explicou.
O diretor da Fetrafi-RS e representante dos gaúchos no Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Ronaldo Zeni, informou que a negociação com o BB ocorreu logo após a mesa da Fenaban e que a expectativa era a de que o banco apresentasse uma proposta. “Em vez disso, falaram que estavam analisando nossas reivindicações. Reafirmamos nossas demandas, mas o banco disse que naquele momento não tinha o que apresentar. Não trouxe nada, talvez porque ele deseja medir força e avaliar nosso nível de mobilização. Que façamos a maior greve dos últimos tempos no BB se o banco se recusar a trazer uma proposta decente”, enfatizou.
“A reunião de quarta-feira foi quase uma piada”, explicou Rachel, empregada da Caixa sobre a última negociação específica. “Eles se propuseram a manter o que foi acordado no aditivo de 2010-2011. Foi consenso a rejeição dessa proposta na Comissão Executiva dos Empregados. Estamos na segunda quinzena de setembro e chegou o momento de irmos à luta, entrar na greve mobilizados e unidos. Esse é o reflexo da negociação; rejeição e greve a partir do dia 27”, afirmou.
“Depois de uma hiato de quase 10 anos sem negociação, retomamos a mesa específica com o banco. Os banrisulenses possuem uma pauta bastante represada. Portanto, depois de entregar a minuta ao banco, resolvemos fazer uma discussão por blocos. Nesta sexta, dia 23, vamos discutir saúde e segurança. Também teremos algumas respostas que ficaram de ser avaliadas pela direção do banco”, comunicou a diretora da Fetrafi-RS e integrante do Comando dos Banrisulenses, Denise Correa.
Ao final, os bancários foram convocados para um ato nesta sexta-feira, dia 23, a partir das 17h, na Praça da Alfândega, entre as agências do Banrisul e da Caixa.
Mauro ainda lembrou que a pauta do Badesul e do BRDE já foram protocoladas, mas as duas direções ainda não sinalizaram com o início das negociações específicas.