Bancários de Pernambuco param agências do Itaú Unibanco contra demissões

Os bancários do Itaú do Brasil inteiro realizaram nesta terça-feira, dia 19, uma série de protestos contra as demissões que vêm ocorrendo em várias regiões do país. Em Pernambuco, o Sindicato engrossou o Dia Nacional de Lutas, com paralisações em cinco das principais agências do Itaú em Recife. A mobilização também marca o início de uma campanha nacional pela garantia de emprego e direitos aos bancários do Itaú.

Para o diretor do Sindicato, João Rufino, a manifestação desta terça é um aviso para que o Itaú pare com as demissões imediatamente e retome as negociações com o Sindicato. “Apesar da chuva, conseguimos fazer um grande ato em Pernambuco. Paramos cinco agências até o meio-dia e o apoio dos bancários foi muito grande, numa demonstração clara de que as condições de trabalho no Itaú estão péssimas. Até os empregados portadores de deficiência estão sendo demitidos, embora o banco não cumpra a cota que garante 5% das vagas para essas pessoas”, comenta Rufino.

O protesto dos bancários também contou com o apoio dos clientes e usuários do Itaú. O industriário Célio José, cliente da agência Conde da Boa Vista, reclamou do atendimento e defendeu a contratação de mais funcionários. Opinião compartilhada pela pedagoga Joseane de Oliveira, também cliente da agência Conde da Boa Vista (ouça a entrevista e a reportagem no final desta matéria, na Rádio dos Bancários).

As demissões – Desde janeiro, o banco Itaú tem demitido bancários que trabalham como caixas e gerentes operacionais em diversas regiões do país. Só aqui em Pernambuco, o Sindicato já recebeu 17 trabalhadores para homologação das demissões.

“Há outras que não são homologadas aqui. Somente nestes primeiros dias de abril, o banco já botou na rua cerca de oito bancários”, acrescenta o diretor do Sindicato, Fábio Sales. Segundo ele, as demissões estão ocorrendo, apesar do lucro recorde do banco e do compromisso de que não haveria redução de mão-de-obra no processo de fusão.

Como se não bastasse a quebra da palavra empenhada, a dispensa de trabalhadores acontece depois que a instituição atingiu em 2010 o lucro recorde de R$ 13,3 bilhões, o maior da história dos bancos brasileiros. “Apesar da promessa do Itaú, estamos começando a ver agora os efeitos da fusão: mais lucros para os bancos, mais prejuízo para os trabalhadores”, avalia Fábio Sales.

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