Bancários de Mato Grosso fazem paralisações contra a terceirização

Trabalhadores protestaram em frente às agências bancárias

Em Cuiabá, o dia 15 de abril, Dia Nacional de Paralisação, foi de muito barulho nas portas das agências do centro financeiro. As agências bancárias do Itaú, Santander, BB, Bradesco, Mercantil, Basa tiveram suas atividades, parcialmente, paralisadas das 8h às 12h. Os bancários de Mato Grosso protestaram contra a aprovação do texto base do PL 4330, que amplia a terceirização e precariza as relações de trabalho, panfletando, com carro de som na rua dialogando com a categoria e com a população.

Além do fechamento das agências bancárias na área central da capital cuiabana, várias outras unidades foram fechadas no interior do estado, como em Sinop e Cáceres.

“Os bancários mostraram que estão dispostos a lutar contra este projeto, que escancara a terceirização e acabar com os direitos trabalhistas e rebaixa a classe trabalhadora à escravos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, José Guerra, funcionário do Bradesco que passou a amanhã na porta da agência.

O vereador Arilson da Silva (PT), diretor do Sindicato e bancário do Santander, repudiou os deputados federais de Mato Grosso que aprovaram o texto base do PL 4330, votando de acordo com os interesses dos empresários que financiaram as suas campanhas.

São eles: Ezequiel Fonseca (PP), Victorio Galli (PSC), Fábio Garcia (PSP), Adilson Sachetti (PSB), Valtenir Pereira (PROS) e Wilson Leitão (PSDB). E, parabenizou o deputado Ságuas Moraes (PT), único deputado a votar contra o projeto que permite terceirizar todos os trabalhadores e a favor dos interesses da classe trabalhadora.

O secretário de comunicação do Sindicato e bancário da Caixa, John Gordon, diante do banco, denunciou à imprensa a situação degradante de vários funcionários terceirizados que atuam na Caixa. Eles não foram trabalhar nesta terça-feira (14), por falta de salários.

A legislação prevê o pagamento de todos os empregados até o quinto dia útil do mês. São trabalhadores/as que atuam com telefonista e atendente, além pagarem apenas um salário mínimo para esses trabalhadores a empresas terceirizadas ainda atrasa os salários.

“O projeto permite, por exemplo, que um banco demita todos os seus funcionários e passe a contratá-los através de uma empresa, como já está acontecendo, sem respeitar os direitos conquistados com tanta luta, atrasando salários, vale refeição, transporte e pior dando calote no trabalhador”, afirma John Gordon.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso (CUT/MT) e bancário do Brasdesco, João Luiz Dourado, os movimentos sociais e sindicais são contra o projeto porque fere os direitos dos trabalhadores.

“O projeto impede a realização de concurso público. Entendemos que as terceirizações precarizam as relações de trabalho, fragmentando os trabalhadores, enfraquecendo a organização sindical para retirar os direitos e aumenta o lucro das empresas”, afirmou explicando que a Central é contra o PL 4330, mas não contra a regulamentação da terceirização, que é uma necessidade para garantir os todos direitos trabalhista aos trabalhadores terceirizados.

Ainda, no período da tarde, os bancários se juntaram aos demais trabalhadores no Ato Público que iniciou na Praça Alencastro e segui em caminhada em direção à sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá.

“A repercussão da aprovação do texto-base provocou indignação dos trabalhadores/as de todo o país. E, o movimento da classe trabalhadora só começou, tomaremos as ruas sempre que necessário para garantir os 70 anos de direitos que foram conquistados com muita luta e os bancários têm dado exemplo inequívoco de combatividade na defesa dos direitos dos trabalhadores,” finaliza José Guerra.

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