Manifestação dos bancários amplia greve nacional em Minas Gerais
Em resposta ao silêncio dos bancos e ao índice de 8% apresentado na última negociação, os bancários de Juiz de Fora distribuíram abacaxis para a população na tarde desta quinta-feira (6), no centro da cidade.
O protesto se concentrou no Calçadão da Halfeld em frente à superintendência regional do Banco do Brasil. Um dos bancos que mais lucram no país, o BB se destaca nesta Campanha Nacional por ser um dos bancos que está emperrando as negociações entre Fenaban e bancários, que chegam ao décimo dia de greve.
“O movimento está crescente e é grande o sentimento de indignação dos colegas do Banco do Brasil, que hoje tem uma postura muito mais participativa, face o silêncio e a intransigência do banco” ressalta a bancária do BB e diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Juiz de Fora (Sintraf JF), Arcângela Salles.
Além de se negar a oferecer uma proposta decente, a instituição sinalizou a intenção de não renovar a trava de descomissionamento, importante conquista alcançanda no acordo de 2010. “O bancário não está pensando só no reajuste, quer também mais contratações, o fim das metas abusivas e do assédio, jornada de seis horas e a extensão do PCR a todos os funcionários”. Apesar de se negar a negociar, só neste semestre o Banco do Brasil obteve lucro líquido de 6,2 bi.
Em Juiz de Fora, todas as agências do Banco do Brasil aderiram ao movimento. Mas próximo à Juiz de Fora estão ainda em funcionamento as agências de Rio Novo, Rio Pomba, São João Nepomuceno e Bicas.
Bancos permanecem em silêncio
A Campanha Nacional dos Bancários já é a mais forte dos últimos 20 anos. A categoria fechou 8.556 agências de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal na quarta-feira (5), nono dia de paralisação, superando o pico da greve de 2010, quando os trabalhadores pararam 8.278 unidades em todo país.
A Contraf-CUT não recebeu até agora resposta para a carta enviada na terça-feira (4) à Fenaban. “Cobramos responsabilidade e coerência dos bancos, que prometem disposição para dar continuidade às negociações, mas não retomam o diálogo com as entidades sindicais. Enquanto eles não saírem da sua inércia, os bancários irão ampliar e fortalecer ainda mais a greve em todo país”, conclui Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.