Bancários de Cuiabá participam do Dia Nacional de Luta

Na quarta rodada de negociação (9 de setembro) da Campanha Salarial 2009, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) manteve a postura das rodadas anteriores e não apresentou proposta sobre as reivindicações de saúde e condições de trabalho, segurança bancária e igualdade de oportunidades, dentre outras. Por conta da intransigência dos banqueiros nessa negociação os sindicatos de todo o país realizam hoje, 10, manifestações em todo o país.

Em Cuiabá as ações tiveram início às 7h30 em frente à agência do Banco do Brasil, localizada no Centro, sendo que no final da manhã foram estendidas às unidades do HSBC, Itaú, Banco Real e Unibanco. Durante duas horas os bancários paralisam suas atividades como alerta de uma possível greve, que poderá ocorrer caso os banqueiros permaneçam nessa linha de negociação.

A Campanha Salarial 2009 denuncia os abusos praticados pelos Bancos que exploram seus funcionários, clientes e toda sociedade. Os sete maiores bancos brasileiros lucraram R$ 46 bilhões em 2008 apenas em receitas de serviços, formadas principalmente por tarifas. Os 21 maiores bancos brasileiros somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, em meio a crise mundial. As altas tarifas, os juros exacerbados, as intermináveis filas, além das péssimas condições de trabalho são reflexos dos abusos praticados contra os trabalhadores.

Andamento das negociações:

1ª rodada de negociação (18 de agosto) – O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban definiram o calendário de discussão da minuta de reivindicações da categoria para três rodadas. O Comando Nacional cobrou dos bancos uma resposta, na próxima reunião, para a reivindicação de alteração do modelo de PLR, que foi discutida exaustivamente em cinco rodadas de negociações entre abril e maio último

2ª rodada de negociação (27 de agosto) – A Fenaban rejeitou todas as reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários relativas ao emprego. Os bancos se recusam a dar garantias de preservação dos postos de trabalho. Não aceitam discutir a contratação de mais trabalhadores nem mecanismos para garantir o cumprimento da jornada de 6 horas. E se negam a reconhecer a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas. Tampouco querem discutir a limitação de permanência máxima de 15 minutos nas filas das agências, o que obrigaria os bancos a contratarem mais bancários para melhorar o atendimento à população.

3ª rodada de negociação (2 de setembro) – A Fenaban mais uma vez frustrou a expectativa da categoria. Os banqueiros não apresentaram proposta de índice de reajuste nem valores para tíquete-refeição, auxílio-creche/babá, cesta-alimentação e se recusaram a discutir Plano de Cargos e Salários. O único avanço foi que os bancos aceitaram negociar um novo modelo de PLR, cujos parâmetros, no entanto, eles não apresentaram, limitando-se a dizer que o pagamento deve ter como base de cálculo o lucro do exercício. Eles concordaram com os bancários de que a PLR não pode ter como premissa a variação de crescimento do lucro em relação ao ano anterior.

O que os bancários querem

– Reajuste salarial de 10% (o que significa aumento real de cerca de 6%).
– PLR de três salários mais R$ 3.850.
– Valorização dos pisos salariais – portaria: R$ 1.432,90; escriturário: R$ 2.047,00; caixa: R$ 2.763,45; primeiro comissionado: R$ 3.447,80; primeiro gerente: R$ 4.605,73.
– Plano de cargos salários em todos os bancos.
– Inclusão na Convenção Coletiva também da parte variável da remuneração.
– Tíquete-refeição: R$ 19,25.
– Cesta-alimentação: R$ 465 (um salário mínimo).
– 13ª cesta-alimentação.
– Auxílio-creche/babá: R$ 465.

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