Os bancários de Campinas lançaram nesta terça-feira, dia 7, a nova Campanha de Valorização dos Funcionários do Bradesco, com paralisação da agência e departamentos instalados no principal prédio do banco localizado na área central de Campinas, entre as 7h e 10h.
A mobilização nacional foi definida no Encontro Nacional realizado entre os dias 2 e 4 de abril, em Atibaia, interior de São Paulo. Na ocasião, também discutida e atualizada a pauta de reivindicações específicas a ser negociada com o Bradesco. A pauta foi entregue à diretoria do Banco no último dia 17 de abril.
Entre as bandeiras prioritárias de luta, plano de cargos, carreiras e salários (PCCS). Saúde, condições de trabalho e reabilitação. Parcelamento do adiantamento das férias e auxílio-educação.
Durante a paralisação, os diretores do Sindicato dos Bancários de Campinas debateram a pauta da campanha com os funcionários e distribuíram a edição especial do jornal Raios, elaborada pela Contraf-CUT, que também será distribuída nas demais agências do Bradesco.
O lançamento da campanha, que tem como slogan “Bancário não é lata. É gente como você, gente de verdade”, foi animado com a música “Homem de Lata”, uma paródia de “Homem Primata”, da banda Titãs, em alusão ao robô que o Bradesco usa em sua campanha publicitária ao comemorar os 70 anos de fundação.
“Em sua propaganda na mídia, o Bradesco apela a sentimentos de valorização do ser humano, bem diferente do dia a dia vivido pelos funcionários nas agências e departamentos. O banco também destaca a “evolução” da sociedade nessas sete décadas, mas se ‘esquece’ de imprimir o mesmo ritmo nos locais de trabalho. As regras atuais nos remetem aos primórdios do capitalismo, quando as condições de trabalho eram precárias. O Bradesco ainda está na ‘idade da pedra’ do sistema capitalista e a mobilização dos bancários visa mudar, virar esse jogo”, avalia o diretor do Sindicato, Lourival Rodrigues.
Lucro e demissões
O balanço do primeiro trimestre deste ano revela que o Bradesco lucrou R$ 2,943 bilhões, um crescimento de 3,4% em comparação ao mesmo período de 2012. Apesar de lucrar, o Banco fechou 592 postos de trabalho no mesmo trimestre, acumulando corte de 2.309 vagas nos últimos doze meses. O quadro reduziu de 105.102 funcionários, em março de 2012, para 102.793 em março deste ano, segundo análise do Dieese.