Objetivo é pressionar os bancos a apresentarem uma proposta concreta
O Dia Nacional de Luta foi realizado nesta segunda-feira (15), em todo o país, com manifestações e protestos para intensificar a mobilização da Campanha Nacional 2014. Em Brasília, o ato, organizado pelo Sindicato no horário do almoço, ocorreu na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul, onde se concentra o maior número de bancários e bancárias do DF.
Com muitas informações e esclarecimentos, o ato teve o objetivo de pedir o apoio e a compreensão da população e advertir os banqueiros sobre a possibilidade de uma greve ainda este mês, caso as negociações não avancem. E como sempre alia informação com arte, o Sindicato levou o grupo Abadá, do professor Sorriso, para fazer uma apresentação de capoeira.
O Dia Nacional de Luta foi uma deliberação da 16ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida de 25 a 27 de julho, em Atibaia (SP). Segundo o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, esse ato não é para tratar apenas de salários.
“Estamos aqui para pressionar os bancos a apresentarem uma proposta concreta que atenda as reivindicações da categoria, nos itens de saúde, de segurança e de igualdade de oportunidades. Não adianta recebermos o salário, se não tivermos garantidos esses direitos no nosso dia a dia”, avalia Araújo.
O presidente do Sindicato lembrou que, nesta segunda-feira, mais de 130 sindicatos estão fazendo nacionalmente atos e protestos para dar uma advertência aos bancos. “Na sexta-feira (19), voltaremos a negociar cláusulas financeiras com a Fenaban. E aí vamos saber e apresentar para os bancários as propostas dos banqueiros”.
Greve
Os insignificantes avanços nas rodadas de negociação entre o Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, e os bancos foi o principal mote do ato realizado nesta segunda (15). Uma paralisação, caso as negociações não avancem, também foi destacada por todos os dirigentes sindicais.
Segundo o diretor do Sindicato, Jefferson Meira, que também é bancário do BB, foi por meio de muita luta e organização dos bancários e bancárias, “que conquistamos a Convenção Coletiva Nacional. Por isso, conclamamos a todos a participarem das atividades em torno da Campanha Nacional 2014”.
Jefferson acrescentou que, desde o início da Campanha, estão sendo realizados ‘arrastões’ em diversas agências e unidades de todo o DF para levar mais informações e tentar conscientizar os bancários sobre a importância da mobilização e união da categoria.
“Estamos aqui neste ato porque queremos mais: mais empregos, mais saúde e melhores condições de trabalho. Já se passaram quatro rodadas de negociação e até agora não tivemos avanços, seja nas mesas específicas, seja com a Fenaban”, destacou Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT. A dirigente sindical, que também é empregada da Caixa, frisou: “precisamos mobilizar e avisar a população, que, se não tivermos avanços, os bancos vão parar”.
“O objetivo deste ato é divulgar para os bancários e bancárias e a população que a Fenaban não apresentou nenhuma proposta. Queremos que a população compreenda e apoie o Sindicato, porque não gostaríamos mesmo de uma greve, mas estamos, infelizmente, sendo empurrados para ela”, ressaltou Teresa Cristina Pujals, diretora do Sindicato e bancária do BB.
“Estamos todos aqui, a Fetec-CUT/CN (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte) e o Sindicato, num ato para falar com os companheiros e as companheiras sobre os desrespeitos que estão acontecendo nas mesas de negociação, tanto nas específicas quanto na Fenaban”, disse Alexandre Stilben, diretor do Fetec-CUT/CN e bancário do BB.
Stilben reforçou que até agora nenhum banco se dignou a oferecer absolutamente nada sobre as pautas dos bancários. “Por isso, estamos aqui para protestar e lembrar que cada um tem de ter consciência política e de classe, porque se for necessário vamos à greve”, afirmou.
“Estamos neste Dia Nacional de Luta dos bancários buscando estabelecer um diálogo cada vez melhor com cada bancário e bancária, porque entendemos que temos uma pauta de reivindicações que só será atendida se estivermos exercendo a nossa unidade. Nada vai ser resolvido se não estivermos envolvidos e unidos na busca desses objetivos”, analisa o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Cristiano Severo, que também é bancário do BRB.
A pauta de reivindicações do BRB já foi entregue e nesta quinta-feira (18) será realizada a primeira rodada de negociação. “Não esperamos facilidade nessa negociação pelas experiências anteriores com a diretoria. Buscamos o diálogo nas negociações, mas precisamos de união para conseguir êxito, caso contrário teremos de usar um instrumento que nos resta, que é a greve”, frisou.
II Censo da Diversidade
Nesta terça-feira (16), os bancos apresentarão o resultado do II Censo da Diversidade e os dados solicitados pela Contraf-CUT. O levantamento é uma das conquistas da Campanha Nacional do ano passado.
“Com os resultados, vamos reivindicar ainda mais cotas para os negros e para as mulheres nas direções dos bancos”, observa Eduardo Araújo.
Para o presidente do Sindicato, é fundamental que as mulheres e os negros tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades dos demais funcionários para ascenderem nos bancos.