Os bancários de BH e Região retomaram a mobilização hoje, dia 8 de setembro, em uma manifestação realizada em frente à agência do Bradesco, a partir das 9h30 na rua da Bahia, esquina com Goiás, em mais um Dia Nacional de Luta em defesa do emprego. O ato foi convocado pelo Comando Nacional dos Bancários para aumentar a pressão da categoria sobre os bancos. Hoje às 15 horas, começa a terceira rodada de negociação Fenaban para discutir emprego e condições de trabalho.
A rodada continuará na próxima quinta-feira, dia 9. Entre outras coisas, os bancários reivindicam mais contratações, garantia de emprego inclusive durante os processos de fusão, luta pela ratificação da Convenção 158 da OIT que proíbe dispensas imotivadas, acabar com as demissões por justa causa em função de endividamento, respeito à jornada de trabalho e reversão das terceirizações.
Durante a manifestação, o Sindicato denunciou o aumento nos lucros alcançados pelos bancos, que bateram recorde de R$ 24,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas que não tem sido acompanhado pelo crescimento das vagas. No mesmo período, foram criados somente 9.048 novos postos de trabalho, conforme a Pesquisa do Emprego Bancário, feita pela Contraf-CUT e Dieese, com base nos dados do Caged do Ministério do Trabalho e Emprego. A geração de empregos vem sendo travada pela rotatividade que os bancos praticam para reduzir os custos e turbinar os lucros. Em um ano e meio (janeiro de 2009 a junho de 2010), a pesquisa mostra que os bancos desligaram 48.295 empregados, o que representa mais de 10% da categoria.
Além disso, o aumento da rotatividade reduziu a massa salarial da categoria, aumentando ainda mais os lucros dos bancos. Segundo a pesquisa, a remuneração média dos admitidos nos primeiros seis meses de 2010 foi 38,04% inferior à dos desligados, sendo que as mulheres continuam recebendo salários inferiores aos dos homens nos bancos.
Para o presidente do Sindicato, Cardoso, o ato realizado hoje foi muito bom, pois contou com uma grande participação dos bancários que mostraram a sua força aos banqueiros. “A partir de agora a categoria tem que aumentar ainda mais a pressão em cima dos banqueiros para que eles atendam as nossas reivindicações. As rodadas de negociação que acorrem hoje e amanhã são importantíssimas, pois iremos cobrar a garantia dos postos de trabalho, mais contratações e o fim da terceirização nos bancos”, ressaltou.