Manifestação apontou descaso do banco com trabalhadores e clientes
O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte realizou ato de protesto nesta quinta-feira, dia 13, contra as precárias condições de trabalho oferecidas pelo Bradesco a seus funcionários e a falta de segurança nas unidades de trabalho. A “porta do inferno” foi instalada na Agência Central do banco, na rua da Bahia, 950, em Belo Horizonte, para mostrar à população o descaso do Bradesco com os trabalhadores, clientes e usuários de seus serviços.
Apesar do lucro de R$ 8,6 bilhões até setembro de 2012, o quarto maior da história dos bancos de capital aberto do Brasil, o Bradesco tem fechado postos de trabalho. Apenas no terceiro trimestre deste ano, foram extintas 431 vagas, de acordo com o Dieese, em um claro desrespeito àqueles que são os principais responsáveis por seus bons resultados.
A falta de segurança também é um grave problema enfrentado por funcionários, clientes e usuários das agências do Bradesco. Em 2012, o banco foi o mais multado pela Polícia Federal por ter descumprido normas de segurança nas agências, com um valor que ultrapassou R$ 1,24 milhão.
Assaltos, invasões de agências e explosão de caixas eletrônicos são tratados com descaso pelo banco. Em muitas situações, os gestores de agências que tiveram seus equipamentos de segurança danificados após as ocorrências se recusam a fechar as portas, expondo todos os que utilizam as unidades do banco a grandes riscos.
Em outros casos, o Bradesco se recusa a emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) aos funcionários que foram afetados pelos crimes, deixando-os vulneráveis quando precisam de afastamentos ou mesmo demitindo estes trabalhadores pouco tempo depois do ocorrido.
Os crimes de “saidinha de banco” também são frequentes no Bradesco, que se recusa a cumprir a Lei Municipal 10.200/2011, deixando de instalar biombos que garantem a privacidade de quem realiza saques nos caixas.
Além disso, o Bradesco segue como o único entre os maiores bancos a não oferecer programa de auxílio educacional a seus funcionários. O banco exige qualificação mas se recusa a disponibilizar qualquer tipo de benefício para esse fim, obrigando os funcionários a gastarem significativa parcela de seus salários para atender à exigência. No atual modelo, são privilegiados poucos trabalhadores, normalmente em altos cargos executivos, que recebem bolsas pontuais.
O Sindicato luta também pela valorização e o aumento da rede credenciada nos planos de saúde e odontológico dos funcionários do Bradesco, que não atendem às necessidades dos trabalhadores.
Para o funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Carlos Augusto Vasconcelos, o ato foi realizado para expor o inferno em que o banco transforma a vida de bancários, clientes e usuários. “Realizamos o ato em frente à Agência Matriz do Bradesco, no centro de Belo Horizonte, porque os funcionários, clientes e usuários enfrentam diversos problemas no banco. Exigimos que o Bradesco tome atitudes contra a falta de segurança nas agências, instalando portas de segurança e biombos, e que pare de demitir funcionários, o que muitas vezes acontece após assaltos e sequestros”, afirmou.