Bancários de Belo Horizonte avaliam propostas em assembleia nesta sexta

Os bancários dos bancos privados e bancos federais de Belo Horizonte, em greve por tempo indeterminado desde o dia 24 de setembro, realizam nesta sexta-feira, dia 9, às 15 horas, na sede do Sindicato, assembleia geral da categoria para avaliar a proposta da Fenaban e as propostas específicas apresentadas pelo Banco do Brasil e pela CAIXA.

Fenaban

A proposta da Fenaban foi apresentada durante a negociação do dia 7 de outubro, em São Paulo e contempla aumento real de salários, PLR maior e PLR adicional independentemente do crescimento do lucro. Prevê reajuste de 6%, o que significa aumento real de 1,5% acima da inflação e a PLR cresceu com um importante avanço, pois o adicional passa a ser 2% do lucro líquido do banco, independente do crescimento desse lucro.

Caso os bancários aprovem a proposta, constará na Convenção Coletiva de Trabalho que todo ano tem adicional de PLR. Outra importante vitória da categoria é o teto do pagamento da PLR. A Fenaban queria derrubar para 4%, mas a luta garantiu o teto de 15% na distribuição do lucro.

Banco do Brasil

No 14º dia da greve nacional dos bancários (08/10), o Banco do Brasil apresentou nova proposta ao Comando Nacional e à Comissão de Empresa dos Funcionários do banco, que estiveram reunidos na noite de quarta-feira, 7 de outubro, em São Paulo, após a negociação com a Fenaban. A proposta traz avanços importantes, como o compromisso do banco de discutir com o movimento sindical uma proposta para o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), valorização de 3% no piso e em todos os níveis do atual PCS, e anúncio da contratação de 10 mil novos funcionários.

Negociação com a CAIXA não avança

Apesar de ter protelado até o final da tarde de hoje, quinta-feira, 8 de outubro, a apresentação da sua proposta para as reivindicações específicas dos empregados, a CAIXA frustrou todas as expectativas da categoria. A empresa não avançou no que já havia apresentado nas rodadas anteriores e sua proposta de acordo é basicamente a mesma que saiu da mesa da Fenaban.

A novidade apresentada na negociação de ontem foi o aumento do número de empregados que serão contratados. Dos 2.200 trabalhadores informados na última reunião, o banco anunciou que contratará 3 mil bancários em 2010.

A CAIXA reafirmou que seguirá o acordo proposto pela Fenaban, que prevê reajuste salarial de 6% (contemplando ganho real de 1,5%) e uma nova regra para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR): 90% do salário mais R$ 1.024 fixos, com teto de R$ 6.680, além de uma PLR adicional de 2% do lucro líquido distribuídos linearmente entre todos os bancários com teto de R$ 2.100.

No entanto, como o resultado do banco deve ser menor do que o do ano passado, o valor total a ser distribuído na regra básica da PLR ultrapassará o teto previsto de 13% do lucro líquido. Assim, o valor a ser pago a cada bancário receberá um redutor em torno de 23% para adequar o valor a esse teto, o que não afeta a PLR adicional.

Para o presidente do Sindicato, Cardoso, presente na mesa de negociação, a proposta feita pelo banco é insuficiente, especialmente na questão da remuneração. “Nos últimos anos, a CAIXA tem desempenhado um papel cada vez mais presente como operadora de importantes políticas do governo federal, como o Bolsa-Família e os investimentos em habitação. Se por um lado essa mudança na atuação da CAIXA é vista como positiva pelos bancários, ela gerou um aumento enorme na carga de trabalho dos empregados do banco, deteriorando as condições de trabalho”, afirmou.

Segundo Cardoso, mesmo que o lucro líquido do banco seja insuficiente para pagar aos empregados a regra básica da PLR, os trabalhadores devem receber algum tipo de compensação por toda a sua dedicação e empenho.

“Além disso, a proposta não contempla diversas questões específicas reivindicadas pelos trabalhadores, conforme decisão do 25º Conecef, tais como: jornada de seis horas para todos e participação na gestão. Por tudo isso temos que rejeitar essa proposta e continuar a greve forte por tempo indeterminado até que o banco atenda as nossas justas reivindicações”, ressaltou.

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